A federação de sindicatos da construção civil considerou hoje que “é urgente” uma “estratégia global que defenda a saúde” dos trabalhadores do setor, assinalando que os testes de despistagem à covid-19 “não bastam”.
Em comunicado, a Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro (Feviccom) refere que os trabalhadores da construção civil têm continuado, “na maioria dos casos”, a desempenhar o seu ofício “com total ausência de equipamentos de proteção individual e higiene”, como máscaras, luvas e gel desinfetante.
De acordo com a Feviccom, também não é cumprido o distanciamento físico mínimo, recomendado pelas autoridades de saúde, nas obras e nos transportes privados das empresas.
Para a estrutura sindical, afeta à CGTP-In, os rastreios à covid-19 dos trabalhadores da construção civil “são essenciais, mas não bastam”.
“Exige-se uma estratégia global, que tenha em conta as propostas dos sindicatos do setor, que defenda a saúde dos trabalhadores, que garanta a implementação e manutenção de procedimentos de segurança e de higiene nos locais de trabalho pelas entidades patronais e a defesa do emprego, dos salários e dos direitos”, escreve a Feviccom.
A Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro adianta que pediu hoje “reuniões urgentes” à ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, à inspetora-geral do Trabalho, Luísa Guimarães, à Direção-Geral da Saúde e à Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas (Fepicop).
Representantes dos sindicatos que fazem parte da Feviccom reúnem-se na terça-feira, no Porto, para abordar eventuais “novas ações e medidas a tomar”.
O coordenador regional de Lisboa e Vale do Tejo para o combate à covid-19, Duarte Cordeiro, disse hoje que a Autoridade para as Condições do Trabalho vai reforçar, a partir da próxima semana, a fiscalização no setor da construção civil nos concelhos onde se tem registado maior incidência de casos de infeção.
Segundo Duarte Cordeiro, que também é secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, os “dados preliminares” dos testes de rastreio feitos “em larga escala” na região de Lisboa e Vale do Tejo indicam uma percentagem de infetados na construção civil significativa.