
Um investigador da Faculdade de Engenharia e do Centro de Investigação Marinha do Porto recebeu 200 mil euros da União Europeia para simplificar e reduzir o custo de desenvolvimento de conversores de energia das ondas, foi hoje divulgado.
Com o financiamento desta bolsa, Gianmaria Giannini vai, nos próximos dois anos, desenvolver o projeto WEC-Pro, “um conversor de energia das ondas (WEC), impresso em 3D, que transforma a energia mecânica das ondas do mar em eletricidade”, revelou, em comunicado, a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).
“A investigação do projeto WEC-Pro permitirá uma produção automatizada e em grande escala destes conversores de energia das ondas, investindo numa energia que desempenhará um papel fundamental na construção de um sistema energético mundial mais resiliente e diversificado, com baixo teor de carbono”, descreve a FEUP.
Os avanços alcançados pelo investigador da FEUP e do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) podem “simplificar e reduzir, significativamente, o custo e a complexidade do desenvolvimento dos conversores de energia das ondas”, assegura.
Tal é feito “através da integração de restrições no fabrico destas peças na fase inicial de conceção e simulação, levando a uma melhoria técnica e económica”, explica a FEUP.
Os primeiros passos desta investigação foram dados na divisão de Hidráulica do Departamento de Engenharia Civil da FEUP, e no grupo de investigação de Energia Marinha do CIIMAR.
O projeto segue, agora, para o Marine Offshore Renewable Energy Lab (MORE) do Politécnico de Turim, em Itália, “onde o projeto será desenvolvido nos próximos dois anos, em colaboração com a Caracol, um dos principais fabricantes de sistemas de impressão 3D industrial para produção de peças grandes e complexas a partir de materiais termoplásticos reforçados”.
“Rodeada por mais de 68 mil quilómetros de costa, a Europa possui um enorme potencial, em grande parte inexplorado, para um melhor aproveitamento da energia das ondas – uma fonte renovável emergente que é mais previsível do que o vento e complementar à energia solar, particularmente durante os meses de inverno”, observa a instituição.
Foi para “revolucionar este aproveitamento deficitário da energia das ondas” que o investigador lançou o projeto que vai ser apoiado com cerca de 200 mil euros da bolsa de pós-doutoramento Marie Curie, “uma das bolsas de investigação mais competitivas atribuídas pela Comissão Europeia, no âmbito do programa Horizonte Europa”.