Sábado, Outubro 18, 2025
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Oposição acusa autarca de contradição no caso do ‘ferry’ parado desde 2020

Relógio Progressivo
O JORNAL CARDEAL SARAIVA AGUARDA REUNIÃO COM O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE PONTE DE LIMA

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Os três vereadores da oposição na Câmara de Caminha acusaram hoje o presidente da autarquia de se contradizer na resolução da situação do ‘ferryboat’ que liga a vila a La Guardia, na Galiza, que está parado desde 2020.

Em declarações hoje à agência Lusa, o socialista Rui Lages anunciou o reboque da embarcação desde Caminha, no distrito de Viana do Castelo, até aos estaleiros existentes em Camposancos, em La Guarda, para ser alvo de “avaliação das condições da embarcação”.

“Uma vez que o rio Minho se encontra fortemente assoreado e por forma a garantir todas as condições de segurança, quer para o tráfego marítimo, quer para a integridade do ‘ferry’, o mesmo será transportado por uma empresa especializada de reboque marítimo”, adiantou o autarca socialista.

Rui Lajes referiu que a operação de reboque do ‘ferry’ Santa Rita de Cássia foi “planeada há longos meses” e acrescentou que o objetivo é “fazer uma inspeção à embarcação para ver da viabilidade” de continuar a cruzar o rio internacional.

“Se houver viabilidade, a intenção da Câmara de Caminha é proceder à sua reparação (…), sendo certo também que é imprescindível o desassoreamento da foz do rio Minho para que o ‘ferry’ possa navegar. Tanto assim é que o ‘ferry’ tem de ser rebocado para garantir a segurança náutica, mas também para garantir a segurança e integridade da própria embarcação, uma vez quer os canais do rio estão muito assoreados e degradados”, disse.

A oposição no executivo municipal (PSD/CDS-PP/Aliança/PPM) refere que Rui Lages “continua a enganar politicamente a população” e argumenta que “há uns meses, numa reunião de câmara, [Rui Lages] disse que por causa do banco de areia e assoreamento [do rio Minho] o ‘ferry’ não podia chegar ao estaleiro”.

“Na altura, Liliana Silva, líder da coligação O Concelho em Primeiro, disse não ser verdade, e que na maré alta conseguiriam rebocá-lo. Aliás, nessa reunião o presidente Rui Lages disse que o ‘ferryboat’ não navegava por causa do desassoreamento, o que também foi negado e demonstrado pela vereadora Liliana Silva, que demonstrou que o ‘ferryboat’ não navegava porque não tinha condições técnicas e mecânicas na embarcação”, sustentam os três vereadores, em comunicado.

Acrescentam que a notícia do reboque da embarcação dá “razão à coligação pelo simples facto de estar a ser rebocado para um estaleiro em Camposancos, exatamente como a vereadora Liliana Silva afirmou ser possível”, acusando Rui Lages de ter “andado de desculpas em desculpas”.

“Esta má gestão atual está a atrasar o concelho de Caminha, com procedimentos que já há muito deveriam estar feitos”, sustenta a oposição, que diz ter vindo a chamar à atenção para os “impactos económicos negativos na economia do concelho de Caminha” causados pela paragem do ‘ferry’.

O ‘ferryboat’ Santa Rita de Cássia começou a cruzar o rio Minho em 1995. Está ancorado e parado desde 2020, inicialmente por restrições nas fronteiras por causa da pandemia de covid-19 e, posteriormente, porque o pontão em Espanha esteve inoperacional.

Após a conclusão das obras no pontão galego, em 2023, o ‘ferry’ continuou parado por causa do assoreamento do rio.

A coligação insiste na construção de uma ponte que ligue o concelho de Caminha a La Guardia como forma de “impulsionar o concelho e dar nova vida às empresas e à indústria do turismo”.

“O ‘ferryboat’, noutro formato, será sempre uma solução meramente turística. Uma ponte é essencial para o desenvolvimento económico e social das regiões transfronteiriças, promovendo o turismo, o comércio, as empresas, a indústria e a mobilidade”, sustenta.

Caminha é único concelho do vale do Minho que depende do transporte fluvial para garantir a ligação regular à Galiza. Vila Nova de Cerveira, Valença, Monção e Melgaço dispõem de pontes internacionais.

“Só o concelho de Caminha, que é na foz do rio Minho e que tem do lado espanhol uma ligação a Vigo e um dos pontos mais visitados da Galiza – Santa Tecla, é que não tem qualquer solução alternativa para a travessia de pessoas e viaturas”, recorda a oposição.

Acrescenta que o ‘ferry’ “vai para Camposancos por vergonha eleitoral e lá ficará eternamente, com o concelho a pagar por dia a sua estadia, até ser desmantelado”.

 

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