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INESC TEC desenvolve portal que recupera 50 anos de dados eleitorais autárquicos

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O Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) desenvolveu um portal de acesso livre que recupera 50 anos de dados eleitorais autárquicos de todos os concelhos e freguesias, foi hoje divulgado.

O portal minharegiao.pt permite aceder a dados eleitorais autárquicos desde 1976 (data das primeiras eleições após o 25 de Abril de 1974) até à atualidade, com a indicação do partido vencedor em cada concelho e freguesia e da respetiva percentagem de votos, explicou à Lusa o investigador Ricardo Campos, que desenvolveu a ideia juntamente com Rúben Almeida e Sérgio Nunes.

“O Arquivo.pt, da Fundação para a Ciência e Tecnologia preserva conteúdos da ‘web’ desde 1996, permitindo a investigadores o acesso a informações que já não estão ‘online’. A partir desta plataforma, reunimos no site minharegião.pt dados que estavam dispersos sobre os resultados eleitorais autárquicos”, descreveu Ricardo Campos, investigador do INESC TEC e da Universidade da Beira Interior.

A plataforma cobre as 2.882 freguesias, 278 concelhos e 18 distritos de Portugal continental, “tornando acessíveis percentagens de votos obtidas por cada partido, abstenção, dados dos presidentes de juntas de freguesia e câmaras municipais eleitos, e notícias locais relacionadas com o processo eleitoral autárquico (desde informação sobre os candidatos até às suas promessas de campanha)”, descreveu o instituto de investigação do Porto em comunicado.

“Mais do que um portal de consulta, A Minha Região é uma ferramenta de cidadania digital”, acrescentou.

De acordo com o INESC TEC, “grande parte dos dados eleitorais autárquicos, dispersos pelo ‘website’ da Comissão Nacional de Eleições, pelo portal das eleições legislativas (eleicoes.mai.gov.pt), pelos vários websites autárquicos e pelo portal freguesias.pt, encontrava-se desorganizada, em formatos heterogéneos e de difícil acesso, sobretudo nos anos anteriores a 2001”.

“A web arquivada é, por natureza, desestruturada. De 1976 até 2001 há sete momentos eleitorais e os dados estavam inacessíveis. Só através do trabalho de indexação do Arquivo.pt foi possível recuperá-los. Foi necessário aplicar técnicas de processamento de linguagem natural para extrair sentido do caos – analisar dados, compreender o que era relevante em cada página – e criar uma base de dados utilizável e credível”, explica Rúben Almeida.

O investigador observa que as eleições autárquicas (e o poder local) “são, do ponto de vista digital, o parente pobre do processo eleitoral português”.

“Temos assistido vários esforços por parte de várias entidades para promover a participação dos cidadãos no processo eleitoral, contudo, focam-se sobretudo nas eleições legislativas ou europeias onde existe um programa eleitoral definido”, refere Rúben Almeida.

Os investigadores “esperam que esta aposta na ciência aberta motive novos projetos em áreas como ciência política, jornalismo ou participação cívica”.

A plataforma pode ainda ser desenvolvida, estando “prevista a inclusão de dados de eleições legislativas, europeias e presidenciais, a criação de uma interface de conversação por ‘chatbot’ e o reforço da curadoria de notícias locais”.

“É um projeto vivo, que queremos que evolua com contributos da comunidade. O código será aberto, e espero que mais pessoas que partilhem esta preocupação com o território e com a participação democrática se juntem ao esforço”, assinala Rúben Almeida.

O portal minharegião.pt “insere-se numa linha de investigação do grupo que procura potenciar o acesso dos cidadãos a dados de interesse público, com o objetivo de reforçar a literacia cívica e a participação democrática”

“Esta linha de trabalho tem sido aprofundada no âmbito do projeto CitiLink, que aplica algoritmos de inteligência artificial e técnicas de processamento de linguagem natural (NLP) para interpretar e sintetizar atas de reuniões camarárias”, observa Ricardo Campos.

 

 

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