
O técnico industrial José Flores, de 60 anos, candidata-se pela CDU (PCP/PEV) à Câmara de Viana do Castelo, tendo como prioridades a mobilidade, a habitação e a cultura, contra “a propaganda do PS” e velhos projetos da direita.
“Enfrentaremos a propaganda do executivo do PS com os seus maiores orçamentos de sempre que não são executados por culpa de terceiros. Enfrentaremos a direita, com os seus velhos projetos e valores retrógrados”, afirmou o também dirigente sindical do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente (SITE) Norte.
Natural do concelho de Reguengos Monsaraz, distrito de Évora, José Flores fixou-se em Viana do Castelo há 22 anos e integrou executivos da junta de freguesia de Santa Maria Maior, eleito pela CDU, “em vários mandatos”, concorrendo pela primeira vez à Câmara Municipal nas eleições de outubro, observou, durante a apresentação da candidatura.
Entre as exigências do concelho, o cabeça-de-lista apontou a mobilidade, indicando que, se os sucessivos executivos tivessem seguido os conselhos da CDU, existiria já uma “verdadeira rede de transportes públicos”
“Já teríamos rotas e horários adequados a quem cá vive e trabalha”, observou, prometendo atenção ao processo de internalização do serviço urbano de transportes que o executivo atual tem em curso, com previsão de arrancar em setembro.
Quanto aos parques de estacionamento, José Flores alertou que “não são precisas mais multas nem rendas chorudas aos concessionários”.
“A Câmara pode fazer mais com parques públicos municipais, numa lógica serviço público e não de um negócio”, afirmou.
Na Habitação, o candidato quer um “reforço das soluções na habitação mais justas e inclusivas”, lamentando a subida do custo de arrendamento no concelho, de 12,6% entre dezembro de 2023 e dezembro de 2024.
As atenções vão para os jovens, mas também para a população de mais idade, “incapazes de responder ao mercado de arrendamento que não vê limite ao lucro”, criticou.
Apontando Viana do Castelo como um concelho “riquíssimo culturalmente”, José Flores considera que este domínio “não tem tido a devida atenção”.
A CDU quer, por isso, “desenvolver um caminho de democratização de acesso a cultura, de preservação do património e de apoio ao movimento associativo”, para além de “apoio e incentivos aos criadores locais”.
Atualmente, o executivo de Viana do Castelo é composto por cinco eleitos pelo PS, um eleito pela CDU, um vereador independente (um social-democrata que deixou o partido para integrar o Chega) e dois vereadores da coligação PSD/CDS-PP.
Para além do candidato da CDU, já apresentaram candidatura a Viana do Castelo o atual presidente Luís Nobre (PS), Paulo Morais (PSD), Duarte de Brito Antunes (IL) e Carlos Torre (BE).
Nas autárquicas de 2021, o PS, que está no poder há mais de 30 anos, teve 45,05% dos votos, a coligação PSD/CDS tive 24,59%, a CDU 10,04% e o BE 4,54%.
As eleições autárquicas realizam-se a 12 de outubro.