Os alunos de enfermagem vão reforçar as equipas de saúde públicas na realização dos inquéritos epidemiológicos, para detetar “o mais rapidamente” possível os contactos próximos de doentes com covid-19, anunciou hoje a diretora-geral da Saúde.
O anúncio de Graça Freitas foi feito na conferência de imprensa regular sobre a pandemia de covid-19, onde foi questionada sobre o alerta da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública de que no Norte e da na região de Lisboa e Vale do Tejo os médicos já não conseguem conter as cadeias de transmissão por falta de recursos humanos.
Graça Freitas reconheceu que, neste momento, existe “uma enorme pressão sobre os serviços de saúde pública, sobre as unidades de saúde pública”, porque Portugal está com “muitos doentes, muitos casos e a investigação epidemiológica implica que a partir de cada caso que é encontrado e diagnosticado se vá à procura dos seus contactos”.
“É de facto uma carga enorme no trabalho, porque para cada doente é preciso uma investigação epidemiológica muito apurada”, explicou.
Perante esta realidade, Graça Freitas anunciou que está a ser feito um reforço das equipas e das unidades de saúde pública.
“Houve um contacto do Ministério da Saúde com o Ministério do Ensino Superior, para que através das escolas de enfermagem, nomeadamente os alunos dos últimos anos, acompanhados dos seus professores, possam fazer estágio junto destas unidades de saúde pública”, avançou.
A diretora-geral da Saúde explicou que os alunos irão receber formação, que numa primeira fase será dada pela Direção-Geral da Saúde, mas que depois é feita também nos locais onde vão ajudar as equipas, “sempre com supervisão de uma autoridade de saúde a fazer os inquéritos epidemiológicos e portanto a detetar contactos o mais rapidamente possível a isolá-los e depois acompanhá-los”.
“Há de facto uma grande pressão, mas estamos a tomar medidas para reforçar as equipas de saúde pública com mais gente com mais capacidade de fazer inquéritos e mais rapidamente”, disse, recordando que ainda há as pessoas que ficam em casa e que têm de ser acompanhadas.