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O pequeno auditório da Biblioteca Municipal recebeu, no passado sábado, a apresentação da mais recente obra de Cláudio Lima.
A iniciativa decorreu no pequeno auditório da Biblioteca Municipal de Ponte de Lima (BMPL), sábado passado, pelas 16 horas e, para além do autor, contou com a presença de Paulo Barreiro de Sousa, vice-presidente da Câmara Municipal de Ponte de Lima, Ana Carneiro, coordenadora da BMPL e amigos do autor.
O livro agora apresentado, e intitulado “Tópicos e atípicos”, consiste numa série de abordagens sobre alguns escritores portugueses, cujos textos foram já publicados na imprensa regional e nacional ao longo dos últimos anos da actividade literária do autor.
Cláudio Lima começou por fazer a apresentação da obra, dissertando sobre alguns dos escritores abordados no livro, contextualizando-os no espaço e na sua época.
A apresentação decorreu em tom de amena conversa com os presentes, que puderam inteirar-se, de forma mais profunda, de cada um dos temas abordados na obra, com a possibilidade de, no final, todos os presentes puderem colocar questões ao autor.
A encerrar a sessão usou da palavra Paulo Barreiro de Sousa que começou por confessar o seu desapontamento pela fraca afluência na sessão.
“Este evento merecia mais, porque, na verdade, são momentos destes que marcam a história cultural do concelho de Ponte de Lima”, referiu o vereador, que tem a seu cargo o pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Ponte de Lima.
Segundo o autarca “estamos num processo acelerado de consumo de informação na nossa sociedade contemporânea e a forma e o contexto como consumimos essa informação diz-nos muito como vai evoluir a sociedade”.
O autarca mostrava a sua preocupação com a velocidade com que a informação é consumida hoje em dia, com recurso às novas tecnologias, bem como a qualidade dessa mesma informação.
“Aquilo que precisamos de nos preocupar hoje em dia é preparar os nossos jovens para saberem procurar fontes fidedignas de boa informação. E este é um ponto essencial para o desenvolvimento das pessoas”, assegurou.
“Existe muito ruído informacional no nosso dia-a-dia, vivemos bombardeados de informação e, na verdade, temos muito pouco tempo para nos concentrarmos naquilo que é essencial e isso é um excesso complexo da sociedade moderna.”
Segundo o autarca esta solicitação constante “vai mexer com as pessoas, vai ter consequências ao nível do desempenho profissional e, acima de tudo, vai afetar a felicidade das pessoas”.
E acrescenta que “hoje vemos pessoas que tem excelentes carreiras, mas acabam por ser infelizes e terem uma vida muito solitária, enquanto cidadãos. E isso diz muito do nosso comportamento social”.
O autarca apontava como essencial “criar um processo de preparação dos mais jovens para estes dilemas da vida, que eles vão ter, para que possam distinguir o que é essencial, para que possam distinguir aquilo que os pode marcar para a vida”.
Referindo-se à sessão em curso, Paulo Barreiro de Sousa apontou a sessão em curso como um desses momentos, “que conta presença de um bom autor limiano, de excelente referência e que hoje merecia mais público a assistir”.
“Estas são experiencias únicas, pelo facto de estarmos à frente do autor, para além da obra que se lê, é no presente contexto onde adquirimos mais conhecimento. Este é um produto cultural que não temos noutro sítio”.
Para o autarca há um desafio para o qual temos que “encontar um processo de construção dos universos ligados aos livros, para o qual temos que arranjar formas criativas de atrair os mais jovens para a leitura”.
O vereador agradeceu a Cláudio Lima por escolher Ponte de Lima para apresentar a sua obra. “Ponte de Lima será sempre grata pelo seu trabalho, pela sua obra, pelo seu amor a Ponte de Lima”, disse.
Por fim Paulo Barreiros deu os parabéns ao editor pelo esforço e pela dedicação, “porque não é fácil para o mercado livreiro, com a complexidade e dificuldade em termos de financiamento, arriscar na publicação de uma obra”.
O vereador realçou esse esforço do editor dizendo que “é algo que devemos reconhecer e darmos os parabéns”, porque ninguém gosta de perder dinheiro e as editoras que arriscam são certamente corajosas”.
“Quando há um acto contínuo com a história que vocês têm, temos que estar todos gratos pelo apoio à cultura nacional. Por isso, o facto de uma empresa privada apoiar a cultura merece também o nosso reconhecimento”, rematou o vereador da Cultura da autarquia limiana