Os enfermeiros do INEM dedicados em permanência à covid-19 são chamados a realizar centenas de testes ao novo coronavírus e enfrentam o perigo de contágio munidos de equipamento de proteção individual, mas o medo do contágio permanece.
Quando um médico de qualquer ponto do país liga ao Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) a pedir um teste a um doente com sintomas de ser portador da doença, a “sala de situação nacional” na sede em Lisboa aciona uma ambulância e dois enfermeiros no local mais próximo.
Atribuído o “serviço”, a ambulância sai do INEM com dois enfermeiros e enquanto um conduz, o outro fala ao telefone com o doente e dá indicações para que esteja preparado para fazer o teste.
Chegados ao local, escolhem o melhor local para apenas um deles, o enfermeiro que vai entrar na casa, vestir todo o equipamento, de acordo com uma lista que a colega lhe vai indicando.
Desinfeção das mãos, três luvas em cada mão, touca, máscara, óculos, fato por cima do equipamento do INEM, proteção nos pés, é o que manda o protocolo.
O outro elemento da equipa também está protegido, mas menos, porque não estará em contacto com o doente.
Só depois de cumpridos os procedimentos de proteção é que o enfermeiro entra na residência do doente para fazer a colheita da amostra no nariz e na garganta.
A colheita é depois guardada num ‘kit’ para ser entregue no laboratório.
À saída, novo procedimento de segurança para retirada do equipamento e desinfeção das mãos. Tudo é colocado num saco do lixo que é depois selado. O lixo vai para um contentor que está no interior da ambulância.
A operação pode demorar, com transporte, entre uma hora e uma hora e meia. Além destes passos, os enfermeiros têm ainda de preencher um formulário e um questionário.
O enfermeiro não esconde o principal receio: “é ficarmos contaminados, infetados”.
O INEM já tem 15 profissionais infetados com o coronavírus que provoca a covid-19, mas para já a doença ainda não está a ter reflexos no serviço.
Até 03 de abril, o INEM fez 1.810 colheitas.