Surgiu recentemente a notícia de que o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa terá recebido uma carta com uma bala, de parceria com a exigência de um certo montante. E logo se ficou a saber que outras balas haviam já sido enviadas ao Presidente da República, e mesmo quando o exercício desta função se não havia ainda iniciado, ao tempo dos seus comentários televisivos.
Por razões que me dispenso de comentar, o tema suscitou um invariável sorriso junto de muita gente que encontramos nas convivências correntes. Simplesmente, este facto mostra a cabal incapacidade das nossas autoridades de investigação criminal no deslindar deste acontecimento. Como já se pôde ver com a célebre ação mascarada e noturna em frente da sede do SOS Racismo, ou com as ameaças a deputadas e suas famílias: nada se descobriu.
É essencial que se junte a esta realidade mais recente as outras que acabo de referir, mas por igual as ações que se vêm desenvolvendo com polícias e soldados da GNR. Para já não referir o ambiente de lodaçal que se vem alimentando através da grande comunicação social, hipertrofiando tudo o que possa conter um ínfimo de cheiro a fator de agitação político-social.
Estes casos, de parceria com os mil e um que nos vão sendo fornecidos diariamente, mostram a completa incapacidade das autoridades policiais, juntamente com as judiciárias, no sentido de levantar muitas destas indeterminações, a fim de se tentar mostrar que tais caminhos, objetivamente, não podem compensar. Infelizmente, nada acaba por se descobrir e menos punir, o que faz antever um estado de andamento em direção a um precipício político em Portugal. E também não deixa de ser espantoso o modo suave como o Presidente da República tratou mais este caso grave: não é o primeiro… Mas, enfim, temos a democracia! E também esta dúvida: para quando a próxima bala, e para quem?