O YouTube anunciou hoje um reforço da sua política de luta contra os conteúdos antivacinas e suprimiu vários canais de personalidades norte-americanas “antivax” muito seguidas.
“Os conteúdos que afirmem falsamente que as vacinas aprovadas são perigosas e provocam efeitos crónicos na saúde, que afirmem que as vacinas não reduzem a transmissão de doenças ou que contenham informações falsas sobre as substâncias das vacinas serão excluídos”, indicou a plataforma em comunicado.
“São abrangidos os conteúdos que afirmem, de modo falso, que as vacinas aprovadas provocam autismo, cancro ou infertilidade, ou que substâncias das vacinas permitem seguir os que as recebem”, afirmou a empresa, subsidiária da Google.
Vídeos enganadores ou com mentiras sobre vacinas de rotina, como a do sarampo ou da hepatite B, podem ser removidos. “Declarações gerais sobre vacinas” podem igualmente ser excluídas.
Por outro lado, continuam autorizados “conteúdos sobre políticas de vacinação, novos ensaios de vacinas e sucessos ou fracassos históricos de vacinas”, bem como testemunhos pessoais sobre vacinação desde que respeitem as regras da plataforma.
Uma porta-voz do YouTube afirmou à AFP que a plataforma vai excluir canais de vários ativistas antivacinas, incluindo o do osteopata e empresário Joseph Mercola, que foi apresentado no fim de julho pelo New York Times como “o difusor mais influente de falsas informações ‘online’ sobre o coronavírus”.
Mercola já considerou na rede social Twitter que esta decisão é “censura”.
O YouTube confirmou também a sua intenção de retirar da plataforma os canais de d’Erin Elizabeth, uma outra ativista contra as vacinas e de Robert Kennedy Jr, filho do antigo ministro norte-americano assassinado em 1968.
Este último, que lidera a organização Children’s Health Defense, cujo canal foi excluído, realizou um filme a incitar os afro-americanos a desconfiarem das vacinas.
Erin Elizabeth disse, também no Twitter, que se trata de “uma caça às bruxas”.
Sherri Tenpenny, uma outra figura da comunidade “antivax” considerada uma influente fonte de desinformação sobre a covid-19 na internet, também viu o seu canal removido, segundo a AFP.
O YouTube aplicava já medidas para combater a desinformação sobre as vacinas contra a covid-19 e afirma ter apagado desde há um ano 130 mil vídeos que desrespeitavam as suas regras nesta matéria.