
O Rio Lima, em Ponte de Lima, foi alvo de descargas poluentes esta noite, num incidente reportado por volta das 22h20 que veio revelar publicamente as limitações na capacidade de resposta das autoridades ambientais fora do horário diurno. Imediatamente após o alerta, um contacto estabelecido com a Guarda Nacional Republicana (GNR) confirmou a indisponibilidade de uma equipa do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) para se deslocar ao local. Fontes da GNR explicaram que o SEPNA “apenas trabalha durante o dia”, adiando, por isso, qualquer inspeção presencial e recolha de provas para as primeiras horas da manhã de segunda-feira.
As imagens captadas no local, já sob a escuridão, documentam a gravidade da situação, mostrando claramente o rasto escuro da substância a expandir-se pela superfície do rio e a alteração visível da qualidade da água.
Eventos como este foram já anteriormente registados por ambientalistas e populares, mas, desta vez, o atentado ambiental é em maior escala atingindo o rio de uma margem a outra.
O atraso de várias horas na intervenção oficial vai impossibilitar identificação do foco poluidor e permitir que os poluentes se dissipem.
A ocorrência foi comunicada à GNR, cabendo agora ao SEPNA a abertura de um processo de investigação para identificar a origem da descarga ilegal, uma investigação que começará com horas de atraso.
O caso expõe uma falha crítica no mecanismo de combate a crimes ambientais, sugerindo uma janela de impunidade durante o período noturno que pode ser sistematicamente explorada por infratores.