A Federação das Associações de Feirantes considerou hoje que o setor está a “ultrapassar este momento difícil” da pandemia covid-19 com “alguma ambição”, salientando que o facto de os mercados serem ao ar livre dá confiança aos visitantes.
“As feiras e os mercados estão a desenrolar-se dentro dos normais possíveis, respeitando todas as regras da Direção-Geral da Saúde (DGS). Seguimos os procedimentos à risca”, disse hoje à agência Lusa o presidente da Federação Nacional das Associações de Feirantes (FNAF), Joaquim Santos.
As feiras e os mercados de venda de produtos não-alimentares estiveram suspensos entre 15 de janeiro e até 11 de março devido à pandemia de covid-19, podendo reabrir após essa data, ficando sujeitos a autorização municipal, à semelhança do que já aconteceu no primeiro confinamento, no ano passado.
Segundo Joaquim Santos, são “muitas as famílias” cujo sustento provem da venda em mercados e feiras e como tal, garantiu, tudo está a ser feito de forma “a melhor carregar a tradição e cultura”.
“No início, na abertura, as pessoas estavam com mais falta de alguns bens, aquilo que se pode chamar de miudezas, havia algumas lacunas em ‘lingerie’ por exemplo. Agora vemos que falta às pessoas poder de compra. Olham para as coisas, mas depois falta-lhes o dinheiro para comprarem”, explicou.
No entanto, Joaquim Santos sublinhou que os mercados de legumes “vendem os frescos de excelência”.
“O fresco que se vende na feira é do mais fresco que há”, garantiu, acentuando que há feirantes que “sofreram mais” e por isso tiveram de fazer “alguns reajustamentos, aprender a inovar um bocadinho”.
“Estamos a ultrapassar este momento mais difícil com ambição”, frisou, lembrando que, neste momento, todas as feiras semanais e mensais estão no ativo, apesar das feiras anuais com festividades terem sido canceladas.
Joaquim Santos lembrou, igualmente, que o facto de as feiras se realizarem ao ar livre é bom para todos, já que é um local “onde as pessoas se sentem melhor e mais seguras”, salientando que “todas as entidades e especialistas são da opinião de que o vírus se transmite menos do que em espaços fechados”.
Quanto à relação com os municípios, responsáveis por autorizarem os mercados e feiras, Joaquim Santos destacou que a parceria “é excelente”, tendo ocorrido “sempre com diálogo entre todos”.
“Sempre dissemos, desde o início, que estávamos disponíveis para trabalhar, assegurando todas as medidas de segurança de forma a sobreviver a esta pandemia e tem corrido tudo bem, sempre com diálogo”, assegurou.
A Federação Nacional das Associações de Feirantes congrega as associações de feirantes de Lisboa, Porto Douro e Minho, Região Norte, Beiras e Ribatejo.