Quinta-feira, Dezembro 26, 2024

Ano 115- Nº 4979

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InícioVALE DO LIMAPONTE DA BARCAMeios aéreos pesados necessários em Ponte da Barca

Meios aéreos pesados necessários em Ponte da Barca

O presidente da Câmara de Ponte da Barca, Augusto Marinho, reiterou hoje o pedido de envio de meios aéreos pesados para o combate ao incêndio que lavra há dias no Lindoso, onde várias aldeias foram evacuadas.

“Seria muito importante termos aqui meios aéreos pesados para acabar com alguns focos de difícil acesso. Estamos no Minho, um terreno com habitação dispersa. Temos um efetivo que tem dificuldade em progredir no terreno porque alguns pontos são inacessíveis. Temos de assegurar que não aconteça o que aconteceu ontem [quinta-feira]”, disse o autarca, em declarações aos jornalistas esta manhã.

Segundo Augusto Marinho, na quinta-feira, o “vento extremamente forte precipitou um cenário muito difícil”.

“Foram momentos de grande aflição, ameaças efetivas a pessoas e bens”, sustentou.

Em declarações à Lusa, num balanço feito cerca das 10:00, o presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil de Viana do Castelo, Miguel Alves, adiantou que a população de duas aldeias de Ponte da Barca – Froufe e Lourido – foi retirada de noite e que o incêndio começou já esta manhã a ser combatido com meios aéreos.

“Hoje os meios já no terreno receberam o reforço de um helicóptero e de dois aviões médios e espera-se que, ao longo da manhã, cheguem dois ‘canadair’ italianos”, disse Miguel Alves.

De acordo com o mesmo responsável, houve risco sobre uma terceira aldeia, Ermida, mas “felizmente não se veio a confirmar” a necessidade de evacuação.

“O incêndio continua a correr com força. A área ardida é superior a 1.000 hectares, mas neste momento não há perigo para nenhum povoado”, disse Miguel Alves.

Também o autarca de Ponte da Barca, numa declaração em que repetiu várias vezes que pediu à tutela o reforço de meios aéreos pesados, confirmou que “neste momento o fogo não ameaça casas”, mas “mantém-se de muito difícil resolução”.

Às 11:15, a combater as chamas encontravam-se quatro meios aéreos, 261 operacionais e 83 meios terrestres, de acordo com a página da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

Contactada pela Lusa, fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro de Viana do Castelo remeteu quaisquer informações sobre incêndios no distrito para a página na Internet da ANECP.

À Lusa, Miguel Alves chamou ainda a atenção para um outro incêndio no distrito de Viana do Castelo que “está a gerar preocupação moderada” e que está a aproximar-se da fronteira com Espanha.

Em causa está um fogo em zona de mato na zona de Castro Laboreiro, concelho de Melgaço, espaço integrado no Parque Natural da Peneda Gerês, que começou cerca das 06:00.

“Está a levantar preocupações. Há muito menos meios naquela zona. Está muita gente mobilizada para Ponte da Barca. O incêndio está a correr na direção da fronteira espanhola. Já foi pedido o reforço de meios apeados”, descreveu.

O presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil de Viana do Castelo apontou que as autoridades espanholas “já foram contactadas, mas também enfrentam dificuldades por estarem no terreno a braços com incêndios semelhantes”, nomeadamente na zona de Lugo, na Galiza.

Miguel Alves assegurou que “neste momento” o incêndio de Melgaço não ameaça casas nem populações.

De acordo com a página da ANEPC na Internet, pelas 11:20, o fogo em Melgaço encontrava-se já em resolução, estando no terreno 44 homens, 11 meios terrestres e um meio aéreo.

Portugal Continental está em situação de contingência até domingo devido às previsões meteorológicas, com temperaturas muito elevadas em algumas partes do país, e ao risco de incêndio.

A situação de contingência corresponde ao segundo nível de resposta previsto na lei da Proteção Civil e é declarada quando, face à ocorrência ou iminência de acidente grave ou catástrofe, é reconhecida a necessidade de adotar medidas preventivas e ou especiais de reação não mobilizáveis no âmbito municipal.

Cinco distritos de Portugal continental mantêm-se sob aviso vermelho, o mais grave, devido ao tempo quente, com mais de uma centena de concelhos em perigo máximo de incêndio rural, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera.

 

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