
Cinco estudantes do Agrupamento de Escolas de Ponte de Lima participaram numa mobilidade à Lituânia no âmbito do projeto Erasmus+ KA154 “Democracy Building and Social Cohesion”, encerrando um programa de 12 meses que promoveu a cidadania ativa e a coesão social entre jovens europeus. Acompanhados pelos professores António Matos e Merceana Silva, os alunos viveram uma semana intensa de aprendizagem intercultural na escola Raseiniu r. Girkalnio pagrindine mokykla, em Girkalnis, entre 26 e 31 de maio.
O programa incluiu simulações políticas criativas, nas quais os participantes projetaram cidades ideais, organizaram campanhas eleitorais e debateram desafios reais, como a gestão orçamental e a integração de refugiados. “Foi incrível perceber como a democracia exige compromisso. Criámos leis, negociámos prioridades e até enfrentámos ‘crises’ imaginárias – tudo em poucas horas!”, contou Gonçalo Sousa, aluno do 10.º ano. A experiência ganhou dimensão real com visitas às instituições locais. Na Câmara Municipal de Raseiniai, os jovens conversaram com o presidente Arvydas Nekrošius sobre políticas públicas. “Ele mostrou-nos que governar é escutar as pessoas, mesmo quando discordam”, destacou Matilde Costa, do 7.º ano. Já no Parlamento Lituano, em Vilnius, o deputado Matas Skamarakas guiou-os pela história do país, marcada pela resistência à ocupação soviética. “Percebemos que a democracia não é garantida – é uma conquista diária”, refletiu Camila Oliveira, do 10.º ano.
Para além da componente política, o intercâmbio foi uma lição de convivência. Através de workshops culturais, os alunos aprenderam danças tradicionais e partilharam costumes portugueses. “Ensinei a música ‘Ai Mouraria’ e eles adoraram! Em troca, aprendemos a dançar suktinis”, riu Ana Araújo, do 7.º ano. As despedidas, porém, foram emocionantes. “Chorámos no aeroporto. Criámos uma família em cinco dias”, confessou Sofia Araújo, do 10.º ano. A ligação permanece: “Falamos todos os dias no grupo online que criámos – até combinamos visitas futuras!”
A viagem incluiu ainda passagens por Riga, Letónia, onde visitaram o comovente Museu da Ocupação, e uma escala em Amesterdão. “Ver o esconderijo de Anne Frank fez-nos valorizar ainda mais a liberdade que temos hoje”, disse Gonçalo. A professora Patrícia Correia, que acompanhou o grupo em observação pedagógica, destacou o crescimento dos alunos: “Eles voltaram mais críticos, autónomos e conscientes do seu papel na Europa”. Com o sucesso desta experiência, o Agrupamento já prepara novas candidaturas ao Erasmus+. “Queremos que mais alunos vivam esta transformação”, adiantou o professor António Matos.