Como que uma barreira psicológica, assinala-se hoje o dia em que somamos mais dias de liberdade do que vividos em ditadura. São já 17500 os dias vividos após a libertação de Abril.
Ao fim destes anos que nos separam da manhã de 25 de Abril de 1974, a contabilidade dos dias permite-nos dizer que hoje já vivemos mais um dia em liberdade do que os passados durante a ditadura de Salazar e Marcelo.
A história é dinâmica e, por isso, hoje também se assinala os 60 anos da crise académica, um prenúncio de Abril.
Na altura, a proibição da celebração do Dia do Estudante, fez com que os estudantes saíssem à rua em manifestação, na qual participaram políticos como Jorge Sampaio, que mais tarde viria a ocupar a Presidência da República.
Ontem foi ainda assinalado dia do início das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, que se irão estender-se até 2026, ano em que se cumprirão os 50 anos sobre a entrada em vigor da Constituição da República, bem como da realização das primeiras eleições legislativas, autárquicas e presidenciais da democracia e para o qual há ainda um programa em construção.
Para presidir às comemorações foi criada uma Comissão Nacional para a qual foi convidado o general Ramalho Eanes. Este acabou por abandonar a comissão por divergências com Vasco Lourenço, tendo então Marcelo Rebelo de Sousa assumido a presidência da Comissão Nacional das comemorações.
O Conselho de Ministros havia já aprovado a criação da missão para organizar as referidas comemorações, tendo sido nomeando para o efeito Pedro Adão e Silva como comissário executivo. Entretanto soube-se hoje que Pedro Adão e Silva fará parte do próximo Governo Nacional, assumindo o cargo de Ministro da Cultura.