O PSD de Ponte de Lima acusou hoje o presidente da Câmara de ser “prepotente” e de conduzir as reuniões camarárias com “baixo nível”, tendo Vasco Ferraz considerado que as suas “reações são consequência das ações da oposição”.
Em comunicado hoje enviado às redações, a comissão política concelhia do PSD manifestou “o mais profundo repúdio pela forma como o presidente da Câmara Municipal de Ponte de Lima tem conduzido as reuniões do executivo e que culminou, na última reunião camarária, na terça-feira, com a saída dos vereadores da oposição e o consequente encerramento da mesma por falta de quórum”.
“O PSD de Ponte de Lima considera que uma vez mais se assistiu a mais uma atitude triste, desnecessária, prepotente e reveladora de um baixo nível, que em nada se coaduna com desempenho da função de presidente de Câmara Municipal e que, aparentemente, terá como objetivo criar instabilidade política e gerar discussões inúteis que apenas servirão para encobrir e desviar atenções do vazio e da inação que têm pautado este primeiro ano de mandato desta jovem e inexperiente maioria que governa os destinos de Ponte de Lima”, refere a nota.
Para o PSD, “a forma como o presidente da Câmara conduz as reuniões, o tratamento desrespeitoso dos vereadores da oposição (…), a falta de cultura democrática patente na exclusão, na ordem do dia das suas propostas, ou a sua completa reprovação, são por demais reveladoras de uma forma de governar que não pode ser classificada de outra forma que não seja de costas completamente voltadas à realidade e às mais elementares regras da democracia e do respeito pela oposição que, recorde-se, em conjunto representa cerca de 39% dos votos dos eleitores limianos expressos nas últimas eleições”.
“O vereador José Nuno Vieira de Araújo, diretamente visado pelas afirmações do presidente da Câmara, ao longo do mandato tem pautado a sua ação pelo cumprimento escrupuloso das obrigações impostas pelo mandato que os limianos lhe confiaram e tem defendido, sempre e em todas as circunstâncias, com educação e cultura democrática, o melhor para Ponte de Lima e para os seus habitantes, votando ao lado da maioria em tudo o que entende ser positivo e reprovando aquilo que não representa vantagem para este nosso concelho”, sublinha a nota do PSD.
Contactado pela agência Lusa, o presidente da Câmara, Vasco Ferraz (CDS-PP), disse que “não se pode repudiar uma determinada reação quando se pode fazer o mesmo relativamente à ação”.
“A declaração de repúdio que fazem é de desrespeito. As reações são consequência das ações da oposição. Os vereadores da oposição desrespeitam constantemente o presidente da Câmara. O presidente da Câmara é que os convidou a sair da reunião porque não tinha mais condições para a continuar a dirigir”, avançou Vasco Ferraz.
O autarca explicou que o incidente começou quando o executivo municipal “estava a discutir a abertura de um procedimento para a elaboração de um regulamento para a recolha de resíduos sólidos urbanos e o vereador do PSD começou a falar transportes públicos”.
“Uma reunião que, segundo ele, era de uma irresponsabilidade enorme por ter 77 pontos na ordem de trabalhos e, ao vigésimo ponto, vem falar de transportes, às 19:00, quatro horas depois do início da reunião. As reações são consequência das próprias ações da oposição, a irresponsabilidade é de uma oposição não construtiva. Uma oposição não construtiva não acrescenta absolutamente nada àquilo que é a ação do município”, sustentou Vasco Ferraz.
“Eu é que os convidei a sair depois de eles terem ameaçado fazê-lo várias vezes. Disse-lhes que se não tinham respeito pelo órgão, realmente, mais valia fazerem o que estavam a ameaçar [abandonar a reunião camarária]”, referiu.