Sábado, Setembro 14, 2024

Ano 113 - Nº 4892

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InícioSERVIÇOSEDIÇÃO IMPRESSA“Bom senso” leva carros para cima dos passeios no centro histórico

“Bom senso” leva carros para cima dos passeios no centro histórico

Apesar do tempo adverso que se verificou na quadra de Natal e fim de ano, Ponte de Lima registou uma forte afluência de visitantes.

Este acréscimo significativo de visitantes, aliado às cheias do Rio Lima, levou a que um número alargado de automobilistas passasse a estacionar as viaturas em cima dos passeios no centro histórico da vila.

Esta não é, contudo, uma situação nova. Tem vindo a aumentar e de forma abusiva, registando-se essa irregularidade em dias de cheia do Rio Lima, mas também nos outros dias.

O mês de Dezembro foi exemplo disso. Ao longo de todo o mês os passeios foram ocupados regularmente por viaturas em transgressão, com ou sem cheias.

No terreno, foi possível constatar que, muitas vezes, a situação ocorre enquanto os parques de estacionamento junto à Avenida dos Plátanos, do Mercado e da Expolima se encontram vazios. Tal comportamento reflete a necessidade de “educar” os automobilistas.

A Polícia de Segurança Pública (PSP) assegura que está a fazer o seu trabalho, fiscalizando regularmente a zona.

Jerónimo Silva, Comissário na PSP de Ponte de Lima, garante que aquela força policial intervém regularmente nestas situações, multando os infratores, mas também usando de bom senso.

O Comissário assegura que o apelo veio da Câmara Municipal de Ponte de Lima que solicitou à PSP que usasse “bom senso” nestas situações, tendo em conta a expecionalidade das cheias do Rio Lima.

Este bom senso é uma noção muito alargada, pelo que a PSP faz o melhor no exercício das suas funções, disse o Comissário.

Jerónimo Silva refere que, tal como a lei prevê, existe a possibilidade da PSP autuar os infratores sem necessidade de colocar o respetivo auto na viatura. A PSP pode mesmo anotar as matrículas das viaturas em estacionamento irregular, sendo a multa posteriormente enviada por correio.

De recordar que, em todo este contexto, é assumido que o areal funciona como um parque de estacionamento, o que na verdade não é.

O areal é parte integrante do leito do rio Lima, que está sujeito a cheias, pelo que, neste pressuposto, o estacionamento no areal deveria ser proibido.

Para além disso, numa vila com a dimensão histórica que Ponte de Lima tem, a presença de automóveis no areal é também um atentado ao património histórico e paisagístico.

São conhecidas alternativas ao estacionamento no areal, verificando-se que, muitas vezes, os parques de estacionamento alternativos permanecem vazios, pelo que esta é uma questão de ordenamento que deve merecer a atenção de todos, com especial atenção por parte de quem tem responsabilidades na gestão destes espaços.

O tema merece ser abordado e debatido. A criação de novos parques de estacionamento e, porventura, a existência de um meio de transporte urbano acessível poderia ser a solução, assegurando a preservação do nosso património e o bem-estar dos habitantes e de quem nos visita.

Contactamos Vasco Ferraz, presidente da Câmara Municipal de Ponte de Lima, mas até ao fecho desta edição não foi possível obter resposta.

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