Numa tentativa de conter a pandemia, as fronteiras entre Portugal e Espanha permaneceram encerradas desde 16 de Março até ao dia de hoje.
A pandemia generalizada do Covid-19, que, a partir da China, se alastrou a todo o mundo e, com o agravar da situação em Espanha, mas também em Portugal, os dois governos ibéricos decidiram encerrar as fronteiras.
Ficaram em regime de excepção os transportes de mercadorias e outros de carácter urgentes e só hoje, volvidos três meses e meio foi restabelecida a livre circulação de pessoas e bens entre Portugal e Espanha.
A cerimónia foi assinalada em Elvas, com a presença do Primeiro-Ministro de Portugal, António Costa e o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez.
Sanchez disse ser uma “imensa felicidade” a reabertura da fronteira com Portugal, desejando “que jamais tenham de voltar a ser encerradas como consequência de uma pandemia”, afirmou.
Em declarações aos jornalistas no final das cerimónias oficiais para assinalar a reabertura da fronteira entre os dois países, o chefe do governo espanhol agradeceu também ao primeiro-ministro português, António Costa, que se encontrava ao seu lado.
Pedro Sánchez transmitiu “a enorme gratidão do governo de Espanha” e “da sociedade espanhola à sociedade portuguesa e ao Governo português”, pelo apoio durante esta época da pandemia da covid-19.
“Durante as semanas mais duras da pandemia que vivemos em Espanha, contei com o apoio, carinho e incentivo do primeiro-ministro português. E, em momentos em que as coisas estão a correr bem, agradece-se e muito” essa “relação cordial”, afirmou.
Mas, que esta “inclusive se intensifique em situações tão dramáticas como, infelizmente a Espanha teve que viver, isso diz muito deste grande povo”, que é o português e do próprio primeiro-ministro António Costa, vincou.
A propósito das cerimónias de hoje, que tiveram lugar em Badajoz, do lado espanhol, e em Elvas, do lado português, Pedro Sánchez disse que foi um ato “carregado de muita e emoção”.
“Somos dois povos irmãos” e que “partilhamos não só história, cultura, afinidade, mas também a visão do que ocorreu com a pandemia e quais são os desafios e as transformações que temos por diante, não só na Península Ibérica, mas também no contexto europeu”, assinalou, mencionando a cimeira europeia que vai decorrer em Bruxelas, este mês.
A diferença horária entre Portugal e Espanha acabou por gerar algumas situações caricatas. A abertura teve lugar às zero horas de Espanha, mas nesse mesmo instante eram 23 horas em Portugal.
A diferença horária fez com que cidadãos tivessem que esperar pelas zero horas portuguesas para finalmente atravessar a fronteira.
Esta reabertura era já há muito reclamada por empresas e autarcas dos municípios raianos que viam a economia a definhar.
Valença reabriu fronteiras a tempo de receber os espanhóis na sua feira semanal.