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Comboio Porto-Vigo com transbordo para assegurar serviço

O comboio internacional Celta, que faz o trajeto Porto-Vigo, vai obrigar a transbordo em Viana do Castelo a partir de 17 de agosto, para permitir “garantir a continuidade do serviço”, revelou hoje a CP.

Em comunicado, a CP diz ser uma medida “excecional e temporária”, sem indicar qual a data de conclusão dos “ajustes transitórios” no serviço que é operado em conjunto com a espanhola Renfe desde julho de 2013, ligando Vigo ao Porto com paragens em Valença, Viana do Castelo e Nine.

De acordo com a CP, a partir de 17 de agosto, “o trajeto entre Porto-Campanhã e Viana do Castelo será assegurado por automotoras elétricas UTE 2240, mantendo-se as automotoras UTD 592 no percurso Viana do Castelo–Vigo”.

“Trata-se de uma medida excecional e temporária, sem qualquer supressão de comboios. O serviço manter-se-á assegurado com a introdução de transbordo em Viana do Castelo”, assegura.

A CP diz que “manterá um acompanhamento próximo com a RENFE, parceira deste serviço internacional, prestando todos os esclarecimentos necessários e monitorizando os efeitos desta medida sobre a oferta”.

A CP não esclarece qual o motivo de o serviço passar a ser operado por dois tipos diferentes de automotoras e de ser necessário transbordo.

O PCP de Viana do Castelo revelou hoje que questionou o Governo sobre quais as medidas que vai adotar “para que a CP esteja capacitada para modernizar o seu material circulante por forma a poder dar resposta às necessidades de melhoria da oferta ferroviária – nacional e internacional – e aos grandes investimentos que o país está a realizar na infraestrutura”

Os comunistas perguntam também “qual o ponto da situação da ligação ferroviária do Porto a Vigo”.

No documento, divulgado pelo PCP, refere-se que “a ligação ferroviária entre Porto e Vigo, com dois comboios diários em cada sentido, é operada com automotoras UTD592 da RENFE alugadas à CP, numa parceria iniciada em 2013 que inclui a operação do lado espanhol entre a fronteira e Vigo”.

“Estas automotoras, material velho à data já ‘encostado’ em Espanha, foram então alvo de grandes reparações antes de entregues à CP e repostas ao serviço, mas sempre registaram grandes problemas”, diz o partido, notando que “à CP cabia a realização da sua manutenção corrente”.

O PCP diz que, de acordo com uma notícia do jornal galego Faro de Vigo, “aquelas automotoras estão a atingir o limite de quilómetros percorridos, o que obriga a grandes revisões a realizar em Espanha”, não existindo “acordo entre a CP e a RENFE sobre o pagamento destas grandes revisões”.

Assim, segundo relata o partido, “passará a existir uma automotora da RENFE a fazer a operação entre Vigo e Viana do Castelo e uma automotora da CP a operar entre Viana do Castelo e o Porto”.

Com partidas diárias, o comboio Celta, que é operado pela CP em conjunto com a RENFE, iniciou a atividade em julho de 2013, ligando Vigo ao Porto com paragens em Valença, Viana do Castelo e Nine.

A ligação veio permitir percorrer os 175 quilómetros que separam as cidades em duas horas e 15 minutos, quando anteriormente a ligação demorava mais de três horas.

 

Governo garante estabilização urgente para evitar derrocadas na Peneda-Gerês

A Agência Portuguesa do Ambiente e o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) vão “avançar já” com uma “estabilização de emergência” do território queimado na Peneda-Gerês, para evitar derrocadas e contaminação da água, revelou hoje o Governo.

“É urgentíssimo porque, vindo as chuvas, podemos ter derrocadas e a contaminação da água. Com as chuvas, as linhas de água são atingidas e teremos problemas na captação”, alertou o ministro da Agricultura e Mar, José Manuel Fernandes, em declarações aos jornalistas durante uma visita a vários pontos afetados pelo incêndio que começou a 26 de julho e que foi dominado a 03 de agosto no Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), no concelho de Ponte da Barca, distrito de Viana do Castelo.

No caso da Peneda-Gerês, o governante disse estarem em causa “dois rios – o rio Homem e o rio Lima – onde há abastecimento de água para consumo humano”.

“Em Touvedo [Ponte da Barca], por exemplo, a água serve mais de 200 mil pessoas. No rio Homem, o concelho de Vila Verde [distrito de Braga] tem uma captação de água”, observou.

O apoio “resulta de avisos comunitários” e o pagamento previsto é de “100% desse trabalho”, acrescentou.

O ICNF revelou na segunda-feira à Lusa que as chamas consumiram 5.786 hectares do PNPG, de acordo com dados provisórios.

O PNPG foi criado em 1971, é gerido pelo ICNF e ocupa uma área de 69.596 hectares e abrange os distritos de Braga (concelho de Terras de Bouro), de Viana do Castelo (concelhos de Melgaço, Arcos de Valdevez e Ponte da Barca) e de Vila Real (concelho de Montalegre).

 

Mais de 1.800 hectares de área ardida no concelho de Terras de Bouro

O presidente da Câmara de Terras de Bouro, distrito de Braga, disse hoje que arderam mais de 1.800 hectares no concelho, acrescentando que na próxima semana inicia-se uma avaliação técnica para estabilização de encostas e linhas de água.

Manuel Tibo (PSD) falava aos jornalistas na localidade do Campo do Gerês, após a visita dos ministros da Economia e da Coesão Territorial, Castro Almeida, e da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, a vários zonas do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), atingidas pelo incêndio que deflagrou a 26 de julho, em Ponte da Barca, distrito de Viana do Castelo, e que se alastrou ao concelho vizinho de Terras de Bouro, tendo sido dominado a 03 de agosto.

“Na próxima semana vai haver aqui um grupo de trabalho associado também com o ICNF [Instituto de Conservação da Natureza e Florestas], para que se possam criar as condições de avaliação técnica, porque isto precisa da avaliação técnica para poder estabilizar as linhas de água, as terras, a segurança das populações e das habitações”, explicou o autarca à agência Lusa e à RTP.

Manuel Tibo pediu celeridade e efetividade na resolução desta situação, mostrando-se confiante que “as entidades e a administração central” estejam presentes no território e, dessa forma, “ir ao encontro da resolução destes problemas”.

“Só o facto de os ministros estarem no território [PNPG] é já um sinal de proximidade para poderem ajudar as populações e os municípios, e eu confio no Governo de Portugal”, afirmou o presidente do município.

Em declarações feitas anteriormente durante a visita ao concelho de Ponte da Barca, antes de rumar a Terras de Bouro, o ministro da Agricultura e Pescas afirmou que a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e o ICNF vão “avançar já” com uma “estabilização de emergência” do território queimado na Peneda-Gerês, para evitar derrocadas e contaminação da água.

“É urgentíssimo porque, vindo as chuvas, podemos ter derrocadas e a contaminação da água. Com as chuvas, as linhas de água são atingidas e teremos problemas na captação”, alertou José Manuel Fernandes.

Quanto a Terras de Bouro, só neste concelho, “arderam mais de 1.800 hectares”, segundo o autarca local, lembrando o “trabalho de proteção civil enorme” que permitiu travar o incêndio e “preservar as populações”.

“Que era a nossa principal função. E, depois, também proteger a área da Parque Nacional [da Peneda-Gerês]. Ardeu, efetivamente. [Mas] Não ardeu aquele património, a reserva mundial, a Mata da Albergaria, porque houve um trabalho de toda a proteção civil”, frisou Manuel Tibo.

Apesar deste trabalho, o presidente de Terras de Bouro defende que “é preciso criar mecanismos na Câmara Municipal e na Proteção Civil”, visando “agilizar alguns procedimentos” para se e quando isto voltar a acontecer “não existirem tantas restrições e condicionamentos”.

O ICNF revelou na segunda-feira à Lusa que as chamas consumiram 5.786 hectares do PNPG, de acordo com dados provisórios.

O PNPG foi criado em 1971, é gerido pelo ICNF e ocupa uma área de 69.596 hectares e abrange os distritos de Braga (concelho de Terras de Bouro), de Viana do Castelo (concelhos de Melgaço, Arcos de Valdevez e Ponte da Barca) e de Vila Real (concelho de Montalegre).

 

Abertas 76 vagas especificas para quem não se conseguiu inscrever na Romaria d’Agonia

A VianaFestas abriu mais 76 vagas para o Desfile da Mordomia das festas de Viana do Castelo, especificamente para mulheres que contactaram a organização por não terem conseguido inscrever-se, mas considerou hoje existir um “aproveitamento político”.

O movimento Somos Todas Mordomia pediu na quinta-feira que o Desfile da Mordomia da Romaria d’Agonia inclua as mulheres da terra que sempre participaram na iniciativa, porque sem elas “a tradição perde alma, raízes e verdade”.

Em comunicado, o grupo apelou “à inclusão, já em 2025, das mulheres vianenses que, com orgulho e autenticidade, desejam continuar a representar a sua terra”, depois de as mil vagas abertas para o desfile terem esgotado em apenas dois dos 15 dias estabelecidos pela organização.

“A Romaria d’Agonia não é um espetáculo de vaidades nem um palco de influências. É, acima de tudo, um ato de pertença, memória e continuidade cultural”, defendeu, considerando que a organização das festas está “preocupada em internacionalizar a tradição”.

A VianaFestas considerou hoje estar “a haver um aproveitamento político inadmissível relativamente às festas de Nossa Senhora d’Agonia, de pendor extremista, que utiliza as redes sociais, para disseminar mentiras, deturpar os factos e instigar ao ressentimento e ao ódio, aproveitando-se de pontuais dificuldades ou erros de pessoas que só querem viver as festas, como sempre o fizeram”.

Para a organização, “com eleições autárquicas a dois meses de distância, o objetivo é claro e visa desinformar e manipular as pessoas e o natural sentimento de pertença à festa, que é de facto de todos, mas que tem organização”.

A VianaFestas – Associação para a promoção das festas da cidade explicou ter sido contactada por “várias pessoas” que “deram conta de não terem conseguido fazer a inscrição por ter-se atingido o limite definido, manifestando, algumas delas, vontade de continuar a participar, como já o fizeram no passado”.

Para colmatar essas falhas, a organização informou ter decidido, excecionalmente, abrir 76 vagas, que correspondem ao número de pessoas que “de forma oficial comunicaram não ter conseguido fazer a inscrição” e que será enviado um ‘link’ próprio de inscrição a cada uma delas.

Afirmou ainda que a abertura das inscrições para o Desfile da Mordomia foi “amplamente publicitado”, mas que, face aos últimos anos, “foi definido um limite de 1.000 participantes, para garantir organização, a duração do desfile, a segurança e a dignidade na participação”.

Apesar “das dificuldades e erros no processo” admitidos pela VianaFestas, foram recebidas mil inscrições de forma correta, sendo que 922 foram de Portugal e 78 do estrangeiro.

“Contrariamente ao que foi propalado nos últimos dias, cerca de 80% das inscrições recebidas foram oriundas de Viana do Castelo”, partilhou a organização, que especificou que, das inscrições portuguesas, 784 pertencem ao distrito de Viana do Castelo e 138 a outros distritos.

Assim, repudiou “os comportamentos dos que têm difamado todas as pessoas que trabalham para a boa organização das festas e difundido mentiras, procurando semear a discórdia na comunidade, que faz e vive a festa, considerada a maior Romaria de Portugal”.

O grupo de mordomas denunciava ainda que, após terem-se esgotados as mil vagas abertas, no dia 16 de julho tinham sido abertas 32 novas vagas sem que tenha disso esclarecido “como foram preenchidas”.

A VianaFestas esclareceu que, “após verificação e validação, foram rejeitadas 32 inscrições por não cumprirem os critérios estabelecidos”, e que a “organização decidiu abrir período suplementar para 32 vagas, que foram rapidamente preenchidas”.

 

Apreendidas 120 artes de pesca ilegais em fiscalizações de captura de polvo no Norte

A Polícia Marítima apreendeu 120 artes de pesca caladas ilegais e 10 armadilhas durante uma fiscalização com foco na captura de polvo, interdita até 15 de agosto na região Norte do país, informou hoje a Autoridade Marítima Nacional (AMN).

Em comunicado, a AMN referiu que realizou entre terça e quinta-feira ações de fiscalização dirigidas à atividade de pesca, com foco na captura de polvo, atualmente interdita até 15 de agosto, devido ao período de defeso, ao largo de Aveiro, Viana do Castelo e ainda na área de Leixões (Matosinhos) e Póvoa de Varzim.

“Das ações de fiscalização, resultou a apreensão de um total de 120 artes de pesca caladas ilegais, denominadas por ‘alcatruzes’, e 10 armadilhas, tendo os cerca de 50 polvos capturados e os alcatruzes que continham ovas no interior sido devolvidos ao habitat natural. Foram ainda levantados diversos autos de notícia”, refere a mesma nota.

Segundo a AMN, estas iniciativas têm como principal objetivo intensificar o controlo do cumprimento do período de defeso da captura do polvo, contribuindo para a proteção e sustentabilidade dos recursos marinhos, em alinhamento com as diretrizes de conservação estabelecidas pelas autoridades competentes.

Esta ação contou com a participação de elementos do Comando Local da Polícia Marítima de Aveiro, de Leixões e de Viana do Castelo.

 

 

Sapadores Florestais do Alto Minho com novos equipamentos de 42 mil euros

Os municípios do Alto Minho, em articulação com a Comunidade Intermunicipal (CIM), vão dotar as 27 equipas de Sapadores Florestais do território com novos equipamentos, num investimento superior a 42 mil euros cofinanciado por fundos europeus, foi hoje divulgado.

Em comunicado, a CIM do Alto Minho diz estarem em causa equipamentos “destinados à monitorização, planeamento, coordenação, avaliação e análise de riscos relacionados com incêndios rurais”.

“Estes equipamentos são fundamentais para a defesa da floresta do Alto Minho, contribuindo para aumentar a eficácia e a eficiência das operações, reduzir o número de reacendimentos e recolher informação útil de apoio à decisão”, justifica a CIM.

De acordo com a CIM, “os ‘kits’ incluem ‘tablets’ todo-o-terreno para recolha e gestão de informação no terreno, câmaras radiotérmicas para deteção de pontos quentes, estações meteorológicas para monitorização local das condições atmosféricas e dispositivos portáteis GPS, essenciais para a medição precisa das áreas ardidas”.

A CIM indica ainda que “a entrega será formalizada através da assinatura de protocolos entre a CIM Alto Minho, os municípios e as instituições de sapadores florestais, transferindo a título definitivo os direitos de propriedade sobre os equipamentos”.

Os municípios “garantem a contrapartida nacional do investimento”, acrescenta a entidade que agrega os 10 concelhos do distrito de Viana do Castelo: Arcos de Valdevez, Caminha, Melgaço, Monção, Paredes de Coura, Ponte da Barca, Ponte de Lima, Valença, Viana do Castelo e Vila Nova de Cerveira.

“Com esta ação, a CIM Alto Minho e os seus municípios associados reforçam o compromisso com a segurança, a proteção civil e a gestão ativa da paisagem, valorizando o papel estratégico dos sapadores florestais na defesa do território e na mitigação dos riscos associados às alterações climáticas”, sustentam.

A CIM refere que este investimento de 42.274 euros se insere no projeto “FIREPOCTEP+ – Paisaje resiliente ante los grandes incendios forestales”, cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) através do Programa INTERREG VI A Espanha–Portugal (POCTEP) 2021-2027.

O FIREPOCTEP+ “integra parceiros de Portugal e Espanha e procura melhorar a prevenção, a interoperabilidade e a capacitação operativa e social face aos grandes incêndios florestais, através de investimentos inovadores, da partilha de conhecimento e da cooperação transfronteiriça”.

 

Autarca de Terras de Bouro “completamente a favor” do aumento das penas

O presidente da Câmara de Terras de Bouro, município do distrito de Braga e integrante do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), assumiu hoje ser “completamente a favor” do agravamento das penas para incendiários, medida já admitida pelo Governo.

“Em relação às penas, é lógico que sou completamente a favor. Não pode passar impune que este prejuízo de âmbito natural, ambiental e também porque Portugal não é um país rico, que agora qualquer cidadão possa criar este prejuízo ao país e não ter uma pena condizente com esse prejuízo. Sou completamente a favor do aumento das penas”, defendeu Manuel Tibo.

Manuel Tibo (PSD) falava aos jornalistas na localidade do Campo do Gerês, após a visita dos ministros da Economia e da Coesão Territorial, Castro Almeida, e da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, a vários zonas do PNPG afetadas pelo incêndio que deflagrou a 26 de julho, em Ponte da Barca, distrito de Viana do Castelo, e que se alastrou ao concelho vizinho de Terras de Bouro, tendo sido dominado a 03 de agosto.

Na quinta-feira, a ministra da Administração Interna admitiu avançar com o agravamento das penas relacionadas com o crime de incêndio florestal, considerando também que deve ser dada prioridade na investigação deste tipo de crime.

Para o autarca de Terras de Bouro “tem de ser feita justiça” no que aos incêndios florestais diz respeito.

“Apurar os factos, perceber o que é que se passou e qual o prejuízo. E, na verdade, tem de haver aqui umas penas associadas. Se entenderem que incendiarem um parque empresarial, a serra ou os parques naturais, se o cidadão perceber que as penas são muito pequenas, andamos aqui todos os anos a brincar um bocado aos fogos”, alertou Manuel Tibo.

Para o presidente da Câmara de Terras de Bouro, os prevaricadores “têm de perceber que as penas têm de ser associadas ao crime que estão a cometer”.

“Se há um prejuízo para o país, para as populações e também para a propriedade privada, tem, efetivamente, de haver um aumento das penas, que eu espero que seja um motivo dissuasor para que nos próximos anos possamos ter menos incêndios”, sublinhou o autarca.

O ICNF revelou na segunda-feira à Lusa que as chamas consumiram 5.786 hectares do PNPG, de acordo com dados provisórios.

O PNPG foi criado em 1971, é gerido pelo ICNF e ocupa uma área de 69.596 hectares e abrange os distritos de Braga (concelho de Terras de Bouro), de Viana do Castelo (concelhos de Melgaço, Arcos de Valdevez e Ponte da Barca) e de Vila Real (concelho de Montalegre).

Em conferência de imprensa realizada na quinta-feira após a reunião do Conselho de Ministros, a ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, disse que uma das decisões tomadas nesse dia pelo Governo prende-se com o “alterar a política criminal, dando maior prioridade a um eventual agravamento do quadro sancionatório dos crimes relacionados com a geração de incêndios”.

“Neste contexto, parece haver largo consenso quanto ao facto de termos vindo a aprender, infelizmente, que o chamado crime de incêndio florestal causa grave dano comunitário e, por isso, deve ter nesta lei de política criminal uma consideração especial, nomeadamente quanto à prioridade que deve ser dada na sua investigação”, acrescentou a ministra.

O objetivo será que estas orientações, acrescentou ainda Maria Lúcia Amaral, estejam refletidas na lei de política criminal para o biénio 2025-2027.

 

Governo promete “dar passos” anuais para cumprir plano de prevenção a 30 anos

O Governo apontou hoje o Plano de Intervenção na Floresta para os próximos 30 anos, ainda por aprovar, como forma de prevenir incêndios com as dimensões dos que se têm registado, nomeadamente na Peneda-Gerês.

“O governo já preparou um plano a 30 anos para valorizar a floresta. O compromisso do Governo é, todos os anos, dar passos em frente para cumprir o plano a 30 anos. Não nos conformamos com a situação atual. Não é possível continuar a ter incêndios destas dimensões todos os anos”, afirmou o ministro da Economia e da Coesão Territorial, Castro Almeida, que visitou vários pontos afetados pelo incêndio que lavrou durante uma semana no Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG) no concelho de Ponte da Barca, distrito de Viana do Castelo.

A resposta de Castro Almeida aos jornalistas surgiu depois de ser questionado sobre “o que sobrou do PNPG” após o incêndio.

Antes, questionado sobre se faltam Sapadores Florestais ou mais meios para o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), que gere o PNPG, também o ministro da Agricultura e Mar, José Manuel Fernandes, destacou a importância do Plano de Intervenção na Floresta.

José Manuel Fernandes disse estar em causa um “investimento médio anual de 245 milhões de euros para o prazo 2025-2050 que deve ser aprovado até ao fim do mês em reunião do Conselho de Ministros”.

“Parece que as pessoas até se esquecem, mas já apresentámos este plano a 21 de março de 2024”, notou.

O ministro da Agricultura considerou haver “meios para o combate” às chamas, defendendo a aposta na prevenção.

“Por isso temos o plano, que tem a componente de valorização da floresta, a resiliência, a propriedade”, acrescentou.

O objetivo é, disse, até 2026, ter aprovada a legislação sobre a propriedade, por ser “uma das condições para ter sucesso”.

Para José Manuel Fernandes, “a floresta tem de ser uma riqueza não só do ponto de vista ambiental mas também do ponto de vista económico”.

“Mas avançamos já com um concurso para os baldios. Também precisamos de reduzir o material combustível. As cabras e outros animais reduzem esse material e ajudam na biodiversidade. Temos 30 milhões de euros do Fundo Ambiental para reforço desses ruminantes”, garantiu.

Castro Almeida sublinhou que “o plano de longo alcance tem de ter uma ação concertada ano a ano”, não se podendo resolver a partir de Lisboa.

“Vamos dar meios às câmaras e às freguesias para fazerem planos de ação locais”, afirmou.

O ministro da Coesão revelou ainda que existem dois tipos de apoios para a agricultura afetada pelas chamas, no âmbito de um decreto-lei que o Governo vai aprovar “em princípio no próximo Conselho de Ministros” para “definir um quadro geral de apoio em caso de grandes incêndios florestais”.

Castro Almeida explicou que a intenção é criar “um quadro geral” para “aplicar a cada caso, ano a ano, porque está visto que vamos continuar a ter incêndios ao longo dos anos”.

O Instituto para a Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) adiantou na segunda-feira à Lusa que as chamas consumiram 5.786 hectares do PNPG, de acordo com dados provisórios.

O PNPG foi criado em 1971, é gerido pelo ICNF e ocupa uma área de 69.596 hectares e abrange os distritos de Braga (concelho de Terras de Bouro), de Viana do Castelo (concelhos de Melgaço, Arcos de Valdevez e Ponte da Barca) e de Vila Real (concelho de Montalegre).

 

Mais de 1.800 hectares de área ardida no concelho de Terras de Bouro

O presidente da Câmara de Terras de Bouro, distrito de Braga, disse hoje que arderam mais de 1.800 hectares no concelho, acrescentando que na próxima semana inicia-se uma avaliação técnica para estabilização de encostas e linhas de água.

Manuel Tibo (PSD) falava aos jornalistas na localidade do Campo do Gerês, após a visita dos ministros da Economia e da Coesão Territorial, Castro Almeida, e da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, a vários zonas do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), atingidas pelo incêndio que deflagrou a 26 de julho, em Ponte da Barca, distrito de Viana do Castelo, e que se alastrou ao concelho vizinho de Terras de Bouro, tendo sido dominado a 03 de agosto.

“Na próxima semana vai haver aqui um grupo de trabalho associado também com o ICNF [Instituto de Conservação da Natureza e Florestas], para que se possam criar as condições de avaliação técnica, porque isto precisa da avaliação técnica para poder estabilizar as linhas de água, as terras, a segurança das populações e das habitações”, explicou o autarca à agência Lusa e à RTP.

Manuel Tibo pediu celeridade e efetividade na resolução desta situação, mostrando-se confiante que “as entidades e a administração central” estejam presentes no território e, dessa forma, “ir ao encontro da resolução destes problemas”.

“Só o facto de os ministros estarem no território [PNPG] é já um sinal de proximidade para poderem ajudar as populações e os municípios, e eu confio no Governo de Portugal”, afirmou o presidente do município.

Em declarações feitas anteriormente durante a visita ao concelho de Ponte da Barca, antes de rumar a Terras de Bouro, o ministro da Agricultura e Pescas afirmou que a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e o ICNF vão “avançar já” com uma “estabilização de emergência” do território queimado na Peneda-Gerês, para evitar derrocadas e contaminação da água.

“É urgentíssimo porque, vindo as chuvas, podemos ter derrocadas e a contaminação da água. Com as chuvas, as linhas de água são atingidas e teremos problemas na captação”, alertou José Manuel Fernandes.

Quanto a Terras de Bouro, só neste concelho, “arderam mais de 1.800 hectares”, segundo o autarca local, lembrando o “trabalho de proteção civil enorme” que permitiu travar o incêndio e “preservar as populações”.

“Que era a nossa principal função. E, depois, também proteger a área da Parque Nacional [da Peneda-Gerês]. Ardeu, efetivamente. [Mas] Não ardeu aquele património, a reserva mundial, a Mata da Albergaria, porque houve um trabalho de toda a proteção civil”, frisou Manuel Tibo.

Apesar deste trabalho, o presidente de Terras de Bouro defende que “é preciso criar mecanismos na Câmara Municipal e na Proteção Civil”, visando “agilizar alguns procedimentos” para se e quando isto voltar a acontecer “não existirem tantas restrições e condicionamentos”.

O ICNF revelou na segunda-feira à Lusa que as chamas consumiram 5.786 hectares do PNPG, de acordo com dados provisórios.

O PNPG foi criado em 1971, é gerido pelo ICNF e ocupa uma área de 69.596 hectares e abrange os distritos de Braga (concelho de Terras de Bouro), de Viana do Castelo (concelhos de Melgaço, Arcos de Valdevez e Ponte da Barca) e de Vila Real (concelho de Montalegre).

 

Governo vai criar quadro geral para grandes fogos com apoios “expeditos” à agricultura

O Governo vai aprovar em breve apoios devido a grandes incêndios florestais, que contemplam indemnização “expedita” aos agricultores com prejuízos abaixo dos 10 mil euros e deve chegar a Ponte da Barca a partir de setembro, foi hoje divulgado.

“O governo já tem o dinheiro [para os apoios à agricultura com prejuízos abaixo dos 10 mil euros]. Combinámos com o presidente da câmara de Ponte da Barca que, nos casos mais dramáticos a câmara avança com dinheiro. Nos casos em que haja animais sem comida, por exemplo. Fora isso, é esperado que a partir de setembro comecemos a pagar as indemnizações inferiores a 10 mil euros que aqui são a esmagadora maioria”, revelou o ministro da Economia e da Coesão Territorial, em declarações aos jornalistas durante uma visita a vários pontos afetados pelo incêndio que começou a 26 de julho e que foi dominado a 03 de agosto no Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG) do concelho de Ponte da Barca, distrito de Viana do Castelo.

De acordo com Castro Almeida, está em causa um “apoio muito expedito, sem documentos, mediante vistoria de um técnico da Câmara e da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional”.

“Esta medida surge no âmbito de um decreto-lei que o Governo vai aprovar “em princípio no próximo Conselho de Ministros” para “definir um quadro geral de apoio em caso de grandes incêndios florestais”.

“Para não estarmos todos os anos a fazer renovações”, disse o governante.

Castro Almeida explicou que a intenção é criar “um quadro geral” para “aplicar a cada caso, ano a ano, porque está visto que vamos continuar a ter incêndios ao longo dos anos”.

“Queremos é que [os incêndios] tenham cada vez menos dimensão e causem menos prejuízos”, observou.

Os apoios são, de acordo com o ministro, “dirigidos a apoiar casas que ardem, fábricas que ardem, sendo que neste caso é preciso haver seguro da fábrica, instalações municipais e de Instituições Particulares de Solidariedade Social que tenham sido danificadas”.

Nos prejuízos acima de 10 mil euros “é preciso fazer a prova documental mais exigente dos prejuízos”, mas também estão previstas verbas, explicou o ministro da Agricultura e Mar, José Manuel Fernandes, que também acompanhou a visita, juntamente com o Secretário de Estado do Ambiente, João Manuel Esteves, ex-presidente da Câmara de Arcos de Valdevez, no distrito de Viana do Castelo e ex-presidente da comissão de cogestão do PNPG.

“Para prejuízos acima dos 10 mil euros o processo exige uma série de requisitos, nomeadamente que haja prejuízos até 30% do potencial produtivo. Mas, neste momento, nem os proprietários sabem quantos animais perderam”, indicou José Manuel Fernandes.

O ministro explicou que o Governo está disponível para abrir o aviso “logo que haja indicação dos proprietários” relativamente ao levantamento dos prejuízos.

“Teremos verba suficiente para cobrir os prejuízos acima dos 10 mil euros, que não são a 100%”, assegurou.

O governante lembrou que também arderam colmeias e “os apicultores serão apoiados, não só para manterem o rendimento mas porque as abelhas são essenciais para a biodiversidade”.

“Ninguém fica de fora e todos serão apoiados”, disse.

O presidente da União das freguesias de Entre Ambos-os-Rios, Ermida e Germil, uma das afetadas durante o incêndio no PNPG, disse que ainda está a ser feito o levantamento dos prejuízos, recusando avançar com o montante que pode estar em causa.

O Instituto para a Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) revelou na segunda-feira à Lusa que as chamas consumiram 5.786 hectares do PNPG, de acordo com dados provisórios.

O PNPG foi criado em 1971, é gerido pelo ICNF e ocupa uma área de 69.596 hectares e abrange os distritos de Braga (concelho de Terras de Bouro), de Viana do Castelo (concelhos de Melgaço, Arcos de Valdevez e Ponte da Barca) e de Vila Real (concelho de Montalegre).

 

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