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Detido dono de ourivesaria que baleou jovem em tentativa de assalto

A Polícia Judiciária (PJ) deteve hoje João de Sousa Gama, proprietário da Ourivesaria Gama, no centro histórico de Ponte de Lima, que baleou um jovem que, alegadamente, participou numa tentativa de assalto ao estabelecimento comercial, revelou a PSP.

Fonte do Comando Distrital da PSP de Viana do Castelo adiantou que “o dono da ourivesaria, de 82 anos, foi detido pela PJ e já se encontra nas instalações da PJ, em Braga”.

O jovem de 21 anos, baleado pelo proprietário da ourivesaria, situado Rua da Abadia, em Ponte de Lima, “será submetido a intervenção cirúrgica para anastomose da artéria umeral, no Hospital de Santa Luzia, em Viana do Castelo e amanhã será transferido para Hospital de Braga, onde se seguirá intervenção para reconstrução do cotovelo”.

Segundo a fonte da PSP adiantou que o proprietário da ourivesaria, tem licença de uso e porte de arma, por ser caçador, mas ainda está a ser averiguado se a arma disparada está licenciada”.

Jovem baleado após tentativa de assalto a ourivesaria

Três indivíduos tentaram hoje assaltar a Ourivesaria Gama, em Ponte de Lima, tendo do incidente resultado um ferido grave.

Eram cerca de 15;35 horas quando os assaltantes se introduziram no estabelecimento situado na Rua da Abadia para perpetrar o roubo.

O proprietário da ourivesaria, João de Sousa Gama, encontrava-se no estabelecimento e, ao que foi possível apurar até ao momento, terá reagido ao assalto.

Dois disparos foram ouvidos e, em ato contínuo, os assaltantes abandonaram o local.

Dois dos assaltantes afastaram-se subindo a rua Cardeal Saraiva tranquilamente, enquanto um terceiro elemento, de 21 anos, surgiu na rua a sangrar, muito queixoso, com ferimentos graves no braço esquerdo que terá sido atingido pelos disparos.

Este elemento do grupo acabou por ser socorrido junto à Igreja Matriz por um dos populares presentes no local, que lhe aplicou um garrote com recurso a um casaco do próprio ferido.

Segundo conseguimos apurar no local, junto ao ferido permanecia uma mochila com o ouro roubado, que o proprietário da ourivesaria recuperou de imediato.

Ao local acorreram os Bombeiros Voluntários de Ponte de Lima, com duas viaturas, que tentaram estabilizar o ferido no local durante cerca de 40 minutos.

O ferido acabou por ser transportado para o Hospital de Viana do Castelo com ferimentos graves, onde se encontra sob detenção da PSP.

A PSP tomou conta da ocorrência tendo feito deslocar para o local cerca de oito elementos e uma viatura, mas, por envolver arma de fogo, foi chamada a intervir a Polícia Judiciária (PJ).

Neste momento o proprietário da ourivesaria presta declarações à PJ, que faz o levantamento dos meios de prova do incidente. De seguida os elementos da PJ irão ainda inquirir o jovem, ao hospital de Santa Luzia, em Viana do Castelo.

Esta é já a segunda vez que a Ourivesaria Gama é alvo de tentativa de assalto, com o proprietário a usar os seus recursos para defender o património.

 

 

Norte elogia Governo por compromisso com alta velocidade

O presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) elogiou hoje o “compromisso e prioridade” manifestados pelo governo com a ligação de alta velocidade Lisboa-Porto-Vigo e o aprofundamento da análise da ligação Porto-Bragança-Sanabria.

Em resposta a questões da Lusa a propósito dos resultados da Cimeira Ibérica, António Cunha congratulou-se “com a confirmação do compromisso e prioridade conferida pelo governo português à execução da linha ferroviária em Alta Velocidade Lisboa-Porto-Vigo”.

O responsável saudou ainda a realização de “estudos de fluxos de mobilidade e análises custo-benefício para a ligação Porto-Bragança-Sanábria, iniciando um trabalho concreto neste eixo que reequilibra territorialmente o sistema ferroviário”.

O primeiro-ministro de Espanha disse na quarta-feira que, quanto à ligação de alta velocidade Lisboa-Porto-Vigo, “o compromisso do Governo de Espanha”, que partilha com o executivo português, “é o ano de 2032”.

Hoje, o presidente do governo regional da Galiza disse que não é realista ter concluída a ligação de comboio de alta velocidade entre o Porto e Vigo em 2032, como afirmou na quarta-feira o primeiro-ministro de Espanha.

Segundo Alfonso Rueda, 2032 não é realista devido, precisamente, ao estado do processo no lado espanhol.

Para o presidente da Junta da Galiza, mesmo que fossem de imediato desbloqueadas todas as concessões e arrancassem os trabalhos em breve, a parte espanhola da linha, até à fronteira portuguesa, nunca estaria concluída antes de 2034.

Em julho, os líderes da Galiza e da região Norte de Portugal assumiram o compromisso blindado das duas regiões para ter o comboio de alta velocidade em 2032, sem “nenhuma desculpa” para atrasos dos governos centrais.

“Este é um objetivo estratégico para o território, e portanto não há nenhuma desculpa para qualquer atraso nem qualquer dúvida. Acreditamos que esta vez tem de ser a definitiva”, disse aos jornalistas o presidente da Junta da Galiza, Alfonso Rueda, após assinar uma declaração conjunta com a CCDR-N, em Valença (Viana do Castelo).

Na conferência de imprensa no final da cimeira ibérica, o primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro disse que a prioridade do executivo nacional “é a ligação Lisboa-Porto-Vigo-Madrid”.

O primeiro-ministro acrescentou que “a segunda prioridade é a ligação Lisboa-Madrid via Évora-Badajoz” e, neste caso, “há um primeiro troço que já está no terreno”, havendo “a necessidade agora de conciliar a terceira travessia sobre o rio Tejo em Lisboa, com a construção da ligação em Évora com a alta velocidade”, num “processo que corre em simultâneo com o processo de construção do novo aeroporto de Lisboa”.

“Estamos a trabalhar os dois governos para tentarmos conjugar os calendários de obra de uma e de outra ligação, para se poderem executar no mais curto espaço de tempo”, acrescentou o primeiro-ministro português, que nunca referiu datas.

A ligação do Porto a Vigo, na Galiza, que está a ser desenvolvida paralelamente à linha de alta velocidade entre Porto e Lisboa, contempla estações no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, Braga, Ponte de Lima e Valença (distrito de Viana do Castelo).

Promotor contesta e diz ser “injusto” o embargo no Paço de Curutelo

O presidente do grupo Vila Galé disse hoje que já contestou o embargo parcial aplicado, quinta-feira, pela Câmara de Ponte de Lima à intervenção no castelo de Curutelo, integrado num projeto de enoturismo.

“A intervenção no castelo estava licenciada e autorizada. Não se justifica o embargo. De jeito nenhum (…) Não vejo razão nenhuma para nos estarem a complicar a vida”, afirmou Jorge Rebelo de Almeida, que garantiu ter contestado o embargo na sexta-feira.

O responsável garantiu que todo o projeto hoteleiro, que inclui o castelo, “demorou dois anos a licenciar, pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), pela Cultura (antiga Direção Geral do Património Cultural, atualmente Património Cultural), turismo, pela câmara de Ponte de Lima”.

“Disparate total. Nós temos aqui uma obra que devia alegrar as pessoas da região e do país. A Vila Galé não é uma empresa de vão de escada. Está tudo aprovado. Tudo certinho”, frisou.

Jorge Rebelo de Almeida revelou que está agendada para quarta-feira uma reunião na CCDR-N.

“Se houver bom senso isto fica resolvido. Isto é uma coisa que não tem justificação nenhuma. Não estou a perceber porque nos estão a perseguir por isto”, disse.

Em causa, prosseguiu, está uma intervenção realizada no teto do castelo. Jorge Rebelo de Almeida adiantou ter contratado “uma empresa pública especializada que concluiu que a madeira não tinha ponta por onde pegar”.

“Quando temos uma emergência, quando se abre um telhado e se vê a estrutura de madeira à beira de cair, avançamos com uma solução para travar aquilo”, afirmou, referindo que em substituição aplicou estruturas de aço leve, o mesmo material utilizado “na recuperação de outras casas da propriedade e que foi licenciada pelas entidades competentes”.

Para Jorge Rebelo de Almeida, o embargo das obras no castelo “é o mais disparatado que existe e a obra que esta a ser feita devia ser medalhada por ser um projeto estruturante para a região”.

“Este castelo é um castelinho, mas que importa preservar, mas importa preservar. Nós estamos a fazer aquilo que destruíram. A fachada estava rebocada com cimento e pintados a tinta plástica. Nunca se mete cimento numa obra classificada. Tinha lajes de vigotas, pré-fabricadas, tijoleiras e telha contemporânea. Estragaram o castelo todo. O património nunca se preocupou com isso”.

O imóvel classificado foi adquirido em 2022, pelo grupo Vila Galé, através da empresa Xvinus – Companhia Enoturística, Lda.

“Estava totalmente descaracterizado. Esta quinta, quando a comprei era um esterco, um abandono, tudo partido, cheio de lixo por tudo quanto era lado. Não tinha ponta por onde se lhe pegasse. E hoje vai sair daqui um castelo recuperado que sou eu que o vou recuperar”.

O empresário diz-se “perseguido e muito magoado”, mas garantiu que “não vai desistir”.

“Vamos para tribunal. Não vou tirar o aço leve. De jeito nenhum. O aço leve é uma solução boa. Se não puder fazer o castelo fica no estado em que está. Está tudo abandonado neste país e quando aparece um camelo que sou eu, que venho gastar dinheiro e recuperar esta coisa é que nos chateiam. Ninguém ligou a isto. Fizeram ali [castelo] barbaridades. Faziam o que queriam. Não tinham respeito nenhum pelo património e a Cultura nunca se preocupou”, questionou.

Na quinta-feira, o presidente da Câmara de Ponte de Lima explicou que o embargo foi decretado porque “o projeto previa uma intervenção residual dentro do paço e fizeram-se alterações de monta”.

Segundo o autarca, a fiscalização permitiu detetar “uma intervenção dentro do paço que não estava devidamente licenciada”, apontando “a substituição de pavimentos, de cobertura e de reforço estrutural através da aplicação de uma cinta interior que, segundo os técnicos, parece ser em betão armado”.

Em um esclarecimento enviado à agência Lusa, a Unidade de Cultura da CCDR Norte considerou “haver incumprimento do projeto aprovado pela tutela do Património Cultural (então, Direção Geral do Património Cultural), em 2023, em particular, desconformidades da intervenção no imóvel classificado (na cobertura e pavimentos, por exemplo)”.

 

Chuva coloca todos os distritos em alerta amarelo

Todos os distritos de Portugal continental estarão a partir de sexta-feira sob aviso amarelo por causa da chuva, enquanto em Faro o aviso será laranja, e tanto neste distrito como em Beja também estão previstas trovoadas.

Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), o distrito de Faro vai estar a partir das 03:00 de sexta-feira sob aviso laranja – o segundo mais grave – por causa da chuva, passando a partir das 15:00 a amarelo e estendendo-se até meio da tarde de sábado.

O aviso laranja é emitido pelo IPMA sempre que existe situação meteorológica de risco moderado a elevado e o amarelo quando há uma situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica.

Também por causa da chuva, o aviso amarelo estará ativo em todo o território de Portugal continental a partir das 03:00 de sexta-feira, sendo que em Bragança e Guarda mantém-se até às 15:00 e em Braga, Coimbra, Aveiro, Viana do Castelo, Vila Real, Porto e Viseu estende-se até às 21:00.

Nos distritos de Portalegre, Castelo Branco, Beja, Leiria, Lisboa, Santarém, Setúbal e Évora, o aviso amarelo por causa da chuva estende-se até sábado, nalguns casos até às 21:00.

Além da chuva, a trovoada também levou o IPMA a emitir aviso amarelo a partir das 03:00 de sexta-feira nos distritos de Faro e Beja, estendendo-se pelo menos até às 15:00.

Para hoje o IPMA prevê períodos de céu muito nublado, com possibilidade de ocorrência de aguaceiros fracos, vento fraco e uma descida da temperatura, em especial da mínima.

 

CCDRN sugere embargo de obra no Castelo de Curutelo

O presidente da Câmara de Ponte de Lima disse hoje que aplicou um embargo parcial à construção de um hotel no castelo de Curutêlo e que o promotor terá de apresentar novo projeto para a intervenção “em incumprimento”.

“O embargo parcial foi aplicado hoje, apenas para o edifício classificado. O projeto atual previa uma intervenção residual dentro do paço e fizeram-se alterações de monta. O requerente terá de apresentar novo projeto para a parte que está em incumprimento para ser submetido a análise e aprovação por parte das entidades competentes”, afirmou Vasco Ferraz.

O autarca do CDS-PP admitiu a possibilidade de o promotor ter de “repor” as “alterações de monta”, por não terem sido licenciadas.

Vasco Ferraz explicou que o embargo, hoje decretado, resultou de uma “vistoria conjunta da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) e da câmara municipal, na quarta-feira, ao projeto de Curutêlo.

Segundo o autarca, a fiscalização permitiu detetar “uma intervenção dentro do paço que não estava devidamente licenciada”, apontando “a substituição de pavimentos, de cobertura e de reforço estrutural através da aplicação de uma cinta interior que, segundo os técnicos, parece ser em betão armado”.

Por seu lado, a Unidade de Cultura da CCDR Norte refere que, “sem prejuízo de uma avaliação que está a ser detalhada”, aquele instituto público “propôs ao município de Ponte de Lima que, enquanto entidade licenciadora da operação urbanística, proceda ao embargo da obra, com a consequente suspensão imediata dos trabalhos, tendo prestado esta informação ao Instituto do Património Cultural”.

A “Unidade de Cultura da CCDR Norte produziu já as conclusões preliminares” da ação de fiscalização, considerando “haver incumprimento do projeto aprovado pela tutela do Património Cultural (então, Direção Geral do Património Cultural), em 2023, em particular, desconformidades da intervenção no imóvel classificado (na cobertura e pavimentos, por exemplo)”.

Fonte do grupo Vila Galé Hotéis, responsável pela obra, remeteu “todos os esclarecimentos para sábado, aquando da inauguração da adega do Paço do Curutelo.

Em causa está o castelo de Curutêlo, também referido como castelo de Curutêlo e Paço de Curutêlo, localizado na freguesia de Ardegão, Freixo e Mato, em Ponte de Lima.

O paço Curutêlo, de configuração acastelada, está implantado em área rural, na envolvente do monte de São Cristóvão dos Milagres ou do Curutêlo, e está classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1977, tendo, nos termos legais, uma Zona Geral de Proteção (ZGP) de 50 metros.

Em 2022, foi adquirido pelo grupo Vila Galé, através da empresa Xvinus – Companhia Enoturística, Lda.

Na quarta-feira, o Instituto do Património Cultural anunciou que vai fazer “uma profunda revisão das zonas de proteção” dos monumentos classificados, decisão que surge na sequência do “impacto irreversível” causado pela construção de um hotel no Paço de Curutêlo.

Fonte daquela entidade responsável pela proteção, valorização e promoção do património cultural português explicou que “a operação urbanística” de reconversão do castelo de 1126 em hotel de quatro estrelas, e da sua área envolvente, constitui um “caso de referência” para a revisão dos “normativos de proteção e salvaguarda” do património classificado do país.

Na segunda-feira, o grupo parlamentar do Bloco de Esquerda (BE) questionou o Ministério da Cultura sobre a reconversão do castelo em unidade hoteleira, intervenção que considera estar a “destruir e a descaracterizar” o imóvel.

 

Circulação na Linha do Minho reaberta até Viana do Castelo

A circulação na Linha do Minho entre Nine e Viana do Castelo foi retomada às 11:00, mas continua suspensa entre Viana do Castelo e Valença, disse hoje fonte da CP.

Segundo a fonte da CP – Comboios de Portugal, a reposição da normalidade no troço Nine-Viana ocorreu às 11:10.

A fonte disse que em causa esteve a queda de árvores para a linha, tendo sido necessário desligar as catenárias para a remoção das mesmas em condições de segurança.

Um dos casos foi registado pelas 07:10 em Aborim, Barcelos.

A circulação no ramal de Braga também sofreu condicionamentos, mas, entretanto, voltou à normalidade.

Fazendo um ponto de situação relativo à circulação rodoviária e ferroviária, a Infraestruturas de Portugal (IP) informou que, às 11:00, registavam-se ainda condicionamentos na Linha do Minho devido a falha de tensão elétrica entre Caminha e Valença, só sendo possível a circulação com tração a diesel neste troço.

A Linha de Guimarães tinha à mesma hora a circulação suspensa entre Santo Tirso e Guimarães.

Na Linha do Douro, acrescentou a IP, “a circulação procede-se com marcha a vista em vários pontos da linha”, enquanto na Linha do Vouga “registam-se penalizações acentuadas”.

Devido ao mau tempo, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) registou entre as 18:00 de terça-feira e as 07:00 de hoje 567 ocorrências relacionadas com o vento forte, a grande maioria quedas de árvores.

“Entre as 18:00 de ontem [terça-feira], quando começou o quadro meteorológico mais adverso, e as 07:00 de hoje temos o registo de 567 ocorrências, sobretudo relacionadas com o vento, sendo 404 quedas de árvores, 14 inundações, 20 limpezas de via, 116 quedas de estruturas e 13 movimentos de massa”, disse à Lusa José Costa, oficial de operações na ANEPC.

De acordo com José Costa, nestas ocorrências foram empenhados 1.805 operacionais e 627 meios terrestres.

“As áreas mais afetadas foram a Área Metropolitana do Porto, Alto Minho e Sub-Região do Cávado”, adiantou.

 

Israel está transformado num quase estado pária

DESESPERO – Israel está transformado num quase estado pária

HÉLIO BERNARDO LOPES

Quase com toda a certeza, Israel terá ultrapassado os limites moralmente aceitáveis por parte de um qualquer Estado da (dita) Comunidade Internacional. Em todo o caso, a cumplicidade dos Estados Unidos, que tudo vão suportando, mormente com o desgraçado Joe Biden que lhes calhou pela proa, lá permite que Israel continue a tratar o Direito Internacional Público a um nível ainda mais baixo que o que, pela natureza das coisas, em geral o acompanha.

Perante a indiferença do Tribunal Penal Internacional, cujo Procurador-Geral ainda tentou aparentar uma universalidade da estrutura em face dos prevaricadores políticos do Planeta, e depois do Tribunal Internacional de Justiça ter instado Israel a sair da Cisjordânia e de Gaza até ao final do presente ano, Israel deitou-se agora a tratar António Guterres como persona non grata, como se tal pudesse ser minimamente compreendido pela Comunidade Internacional, incluindo o seu suporte de todo o tipo de crimes, como se dá com os Estados Unidos. É, manifestamente, uma demonstração do direito à asneira, derivado, como se percebe, do desespero que resulta de Israel se ter transformado, por decisão própria, como um Estado pária, completamente fora da lei, e até liderado por um Primeiro-Ministro que é alvo de três processos-crime por suspeitas de corrupção!!

Sem estranheza, uma reação do Conselho de Segurança de ontem apontou como inaceitável a atitude de Israel para com António Guterres, com os votos favoráveis de todos os membros permanentes, com a expectável exceção dos Estados Unidos. Ainda assim, perante a bestialidade da decisão de Israel, os Estados unidos lá fizeram saber hoje que entendem que tal atitude nada traz de produtivo para Israel. Enfim, um estado de verdadeiro isolamento a que Israel chegou, depois de décadas de crimes contra palestinos e muitos outros, e que só não teve repercussões porque os Estados Unidos, com os a si obedientes Estados europeus, fizeram por esquecer o que se foi passando com os múltiplos crimes de Israel. E tudo, sempre, suportado pela grande comunicação social, que foi alinhando com o esquecimento dos crimes de Israel…

Por fim, uma nota que me parece oportuna, dado que a grande comunicação social nunca aborda esta realidade: ninguém toma a iniciativa de promover o que aqui se impõe, que é estudar, de modo perseverante e sistemático, a procura de uma solução de paz para o Médio Oriente, a fim de que a segurança de cada um dos Estados da região, bem como dos seus diversos povos, possa dar início (finalmente!) ao lançamento das bases para um desenvolvimento harmonioso de toda aquela região e gentes.

Aqui está um domínio em que António Guterres bem podia ter tomado a iniciativa, ou mesmo o Papa. E se o atual vier a ser sucedido pelo nosso cardeal Américo Aguiar, como suspeito – poderia, com lógica, tomar o nome de Francisco II –, seria excelente que se desse início à construção da paz no Médio Oriente, o que é possível, desde que com boa-fé, lealdade e vontade interior forte.

 

Recuperação do Paço de Curutelo gera polémica

“Adeus, Curutelo”. Foi desta forma que o historiador Miguel Ayres de Campos-Tovar alertou, nas redes sociais, para as obras a decorrer no Paço de Curutelo, em São Julião de Freixo.

Recentemente adquirido pelo Grupo Vila Galé, o Paço de Curutelo é neste momento um estaleiro de obras onde surgem novas construções à volta da torre medieval.

O resultado visual tem vindo a merecer fortes críticas da população em geral, mas também de vozes autorizadas, como é o caso do historiador Miguel Ayres Tovar.

Para o historiador a presente intervenção resulta numa “completa descaracterização dum paço medieval, da sua envolvência e da legibilidade duma paisagem”.

O Paço está classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1977. Durante muitos anos permaneceu num estado de semi-abandono e a necessitar de investimento avultado para a sua recuperação, mas o historiador garante que seria preferível “para Curutelo mais 20 ou 30 anos de abandono do que a solução achada”.

“Os desafios inerentes à rentabilização do património não podem justificar tudo, nem dispensar o exercício de bom senso nas intervenções aprovadas”, assegura.

Vasco Ferraz não gostou da intervenção do historiador, mas Miguel Ayres Tovar diz que “a denúncia é um direito cívico que me assiste, mesmo num contexto mal habituado ao convívio democrático com a opinião diferente como é Ponte de Lima”.

Por sua vez, o autarca recordou o facto de Miguel Ayres Tovar  ter sido contratado pelo Grupo Galé para executar um trabalho histórico sobre o imóvel.

Vasco Ferraz usou o tom acusatório para questionar o historiador “se nesse momento negou-se a executar o trabalho com a mesma indignação que faz agora?”

Em resposta à questão levantada pelo autarca, Miguel Ayres Tovar esclareceu que o pedido “foi um levantamento sobre a história da casa, completamente independente do projecto. Fi-lo, justamente, com a preocupação de sensibilizar o Grupo VG para o valor histórico do imóvel e permitir a sua devida valorização para hóspedes e visitantes”.

Segundo Vasco Ferraz, o Município e a Assembleia Municipal de Ponte de Lima aprovaram uma declaração de interesse público, tendo o projeto tido o parecer favorável de outras entidades, como a Reserva Agrícola Nacional (RAN), Reserva Ecológica Nacional (REN) e Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional- Norte.

O autarca assegura que o imóvel já mostrava sinais de clara deterioração e, neste momento, “só se vai manter de pé porque alguém resolveu executar um investimento de aproximadamente 6.000.000 euros, coisa impossível para os anteriores proprietários ou qualquer comum cidadão”.

Ainda segundo Vasco Ferraz, o investimento em curso tem um forte impacto económico para a região e, para além de promover o território, vai criar postos de trabalho diretos e indiretos.

“É melhor isso ou deixar cair no esquecimento, devoluto e abandonado até que o património deixasse de o ser…”, deixa no ar o autarca em jeito interrogatório.

Será sempre “melhor um monumento abandonado do que um monumento desvirtuado”, assegura o historiador.

 

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Associação promove peregrinação coletiva a Santiago de Compostela

A Associação dos Amigos do Caminho Português de Santiago, em colaboração com diversos municípios, promove este mês uma peregrinação coletiva, por etapas, a Santiago de Compostela (Galiza) através do Caminho Português de Santiago Central, foi hoje divulgado.

Em comunicado, a Câmara de Ponte de Lima, no distrito de Viana do Castelo, explica que “as duas fases da peregrinação que envolvem o município realizam-se nos dias 19, com uma etapa de 30 quilómetros entre Barcelos e Ponte de Lima”.

Já no dia seguinte a etapa de 38 quilómetros será entre Ponte de Lima e Valença.

As inscrições, submetidas através de um formulário ‘online’ e analisadas por ordem de entrada, são gratuitas e está assegurado o transporte dos peregrinos no final de cada etapa até ao local de partida.

 

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