Módulo de Acessibilidade

Câmara investe 21.780 euros para garantir ocupação de tempos livres

A Câmara de Arcos de Valdevez mantém este ano um apoio de 21.780 euros para garantir atividades de Ocupação dos Tempos Livres (OTL) a 121 alunos do concelho, foi hoje divulgado.

Em comunicado enviado às redações, a autarquia do distrito de Viana do Castelo adiantou ter celebrado protocolos com a Associação Desportiva e Cultural de Aboim/Sabadim (ADECAS), no valor de 11.340 euros, para garantir atividades de OTL a 63 alunos e de 10.440 euros com o Centro Recreativo e Cultural de Távora S. Maria, para 58 crianças.

Segundo o município, com estes protocolos “é possível apoiar as famílias e os alunos das escolas básicas Padre Himalaya, na freguesia de Távora Santa Maria, e Dr. Manuel da Costa Brandão, em Sabadim, após o término das aulas, dando resposta ao nível dos estudos, da realização de múltiplas atividades e da prática de desporto até às 20:00.

Fragilidade da imprensa é “sinal claro” da instabilidade da democracia

A Amnistia Internacional – Portugal defendeu hoje que a fragilidade da imprensa no país é um “sinal claro da instabilidade” da democracia, mostrando-se preocupada quanto à situação no Global Media Group.
“A fragilidade da imprensa em Portugal é um sinal claro da instabilidade a que está sujeita a democracia no país. Os desafios que a imprensa vive desde há anos, em Portugal, com predominância na sustentabilidade financeira, são tão grandes quanto a sua importância para a democracia”, apontou, em comunicado, a Amnistia Internacional.
Este movimento internacional sublinhou que uma imprensa “independente e rigorosa” é um dos pilares da democracia sólida e é essencial para “escrutinar e chamar à responsabilidade os poderes políticos”.
A independência do trabalho jornalístico é garantida pela Constituição e o Estatuto do Jornalista dá-lhe “liberdade de expressão e de criação”, de acesso às fontes de informação, independência e participação na orientação editorial do órgão em que trabalha.
Por outro lado, “a exigência do rigor” e os métodos de trabalho asseguram que a informação “é credível, verdadeira e precisa”.
A Amnistia notou também que a intervenção da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) garante um “trabalho rigoroso e independente”.
Assim, este movimento disse olhar com “profunda preocupação” para os acontecimentos do último mês, referindo que os diretos, deveres e garantias da profissão podem não estar a ser cumpridos integralmente.
“Suscita elevada preocupação a falta de clareza sobre quem está por detrás do fundo que adquiriu e controla o Global Media Group [GMG]”, vincou.
A organização mostrou-se também preocupada com a falta de pagamento de salários e a “pouca transparência nas contas” do grupo, “não sendo possível perceber a verdadeira dimensão do problema financeiro”.
A Amnistia Internacional lamentou a “fragilidade da imprensa” portuguesa, o que disse ter riscos acrescidos de instrumentalização da mesma por “interesses que podem ser contrários” à missão do setor.
Em causa, segundo destacou, estão relatos de interferência de proprietários ou de administrações em nome dos proprietários no trabalho das redações.
“O ataque à liberdade de expressão e à liberdade de imprensa pode ser também efetuado pela instabilidade e fragilidade económica”, concluiu.
Trabalhadores do Global Media Group (GMG), hoje em greve, concentraram-se junto à sede do grupo, em Lisboa, para exigir o pagamento dos salários em falta e em defesa dos postos de trabalho, do jornalismo e da democracia.
Em frente às Torres de Lisboa, largas dezenas de trabalhadores do Diário de Notícias (DN), Jornal de Notícias (JN), da rádio TSF, do Dinheiro Vivo (DV), do desportivo O Jogo, entre outros títulos, estiveram concentrados esta tarde, onde marcaram presença também trabalhadores de outros órgãos de comunicação social.
Os trabalhadores da Global Media estão hoje em greve para exigir o pagamento do salário de dezembro e do subsídio de Natal e após a Comissão Executiva do GMG, liderada por José Paulo Fafe, ter anunciado que iria negociar com caráter de urgência rescisões com 150 a 200 trabalhadores e avançar com uma reestruturação que disse ser necessária para evitar “a mais do que previsível falência do grupo”.
A greve de hoje foi convocada pelo Sindicato dos Jornalistas (SJ), pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Norte (SITE-Norte) e pelo Sindicato dos Trabalhadores de Telecomunicações e Comunicação Audiovisual (STT), abrangendo todos os trabalhadores, independentemente da função.

“Maré de plástico” em praias do Norte de Espanha pode afetar Portugal – investigador

O investigador Bordalo e Sá considerou hoje que as autoridades devem vigiar a costa e “implementar um plano de contingência desenhado à medida” da “maré de plástico” das praias do Norte de Espanha que pode afetar Portugal.
“Neste momento as correntes dominantes são para norte. É provável que estas partículas cheguem a Portugal lá para a primavera, quando mudar a direção das correntes, e se não tiver dado à costa todo o conteúdo [dos contentores que transportavam o plástico] que caiu ao mar, embora com um impacto menor. O primeiro passo será acionar a vigilância das praias, usando também a sociedade civil, e o segundo passo será implementar um plano de contingência desenhado à medida e supervisionado”, explicou o hidrobiólogo da Universidade do Porto, em declarações à Lusa.
Bordalo e Sá observou que o granulado, usado como matéria-prima para produtos de plástico (designado por ‘pellets’ ou ‘nurdles’, em inglês), facilmente se transforma em nanoplástico, chegando à cadeia alimentar de peixes e bivalves e, consequentemente, à dos seres humanos, desconhecendo-se ainda todos seus os impactos.
As regiões do Norte de Espanha, da Galiza ao País Basco, ativaram ou elevaram hoje alertas ambientais por causa de toneladas de minúsculas bolas de plástico que caíram ao mar em dezembro em águas portuguesas.
Considerando que as praias do Norte espanhol estão perante “uma maré de plástico”, Bordalo e Sá notou que o problema está a ser enfrentado por “autoridades muito dinâmicas, porque Espanha é um país descentralizado”.
No caso português, “os primeiros 1.800 metros de mar da costa portuguesa integram os planos de bacias hidrográficas”, pelo que “deviam estar sob a alçada das administrações hidrográficas regionais, mas estão centralizados em Lisboa”.
“O grosso do conteúdo [das partículas de plástico] irá parar à Galiza e há de chegar a França. Temos a experiência da tragédia de Entre-os-Rios [em 2001, várias pessoas morreram na sequência da queda de uma ponte e houve corpos encontrados na Galiza e em França]. Mas sem dúvida que podem chegar a Portugal”, alertou.
Em causa estão, nas praias espanholas, “esferas de cinco milímetros de plástico” que facilmente se partem, passando a “microplásticos, quando tiverem menos de um milímetro, e depois ainda se fracionam mais, em nanoplásticos, do tamanho de micróns, e aí está o problema”, continuou.
“Essas partículas nano vão sendo progressivamente colonizados por seres vivos que se depositam à sua volta e, devido ao odor, muitos peixes vão pensar que é alimento e os bivalves vão filtrá-los indiscriminadamente”, descreveu.
O especialista notou ainda que “a perda dos contentores, que não é tão rara quanto isso, não foi junto da costa”, mas “numa das vias marítimas mais congestionadas do mundo”, o que faz com que o Norte de Portugal e a Galiza sejam “zonas altamente vulneráveis a acidentes no mar”.
Segundo informações divulgadas pelo governo espanhol, o armador do barco que em 08 de dezembro perdeu contentores da carga que transportava, a 80 quilómetros de Viana do Castelo, disse que caíram ao mar mais de mil sacos com cerca de 26,2 toneladas destas bolas com cerca de cinco milímetros de diâmetro, usadas para fabricar plásticos e que estão agora a dar à costa no norte de Espanha.
As informações anteriores, conhecidas até segunda-feira, estimavam 15 toneladas de bolas de plástico dentro de um dos contentores perdidos pelo barco.
Nos outros contentores caídos ao mar (pelo menos mais cinco) havia pneus, rolos de película aderente e barras de alumínio, segundo as informações fornecidas pelo armador do barco às autoridades espanholas.
Os primeiros sacos com as bolas de plástico foram identificados em 13 de dezembro em praias da Galiza, na fronteira com o Norte de Portugal.
No entanto, foi no final da semana passada que começaram a chegar à costa da Galiza, em quantidade, as bolas de plástico dispersas, fora de sacos.

Sindicato dos bombeiros sapadores alerta para “enormes carências” em Lisboa

O presidente do Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores (SNBS) criticou hoje o poder político na cidade de Lisboa pelo apoio às associações humanitárias de bombeiros voluntários quando os bombeiros sapadores enfrentam “enormes carências”.
“Nada temos contra os apoios que possam dar aos bombeiros voluntários, se porventura os bombeiros sapadores, que são os bombeiros de todos os contribuintes, não tivessem enormes carências”, afirmou Ricardo Cunha, presidente do SNBS e bombeiro sapador em Lisboa.
O representante do SNBS falava na reunião da Assembleia Municipal de Lisboa, no período de intervenção aberto ao público, em que apresentou um discurso de “crítica ao executivo municipal e a todos os deputados municipais de todos os espetros políticos”.
Ricardo Cunha explicou que a sua intervenção foi motivada pela aprovação, por unanimidade, em dezembro, de uma recomendação da Assembleia Municipal de Lisboa para que a câmara elabore um plano de substituição dos quartéis dos bombeiros voluntários da cidade, compra de equipamentos, viaturas, entre outros.
O presidente do SNBS alertou que o Regimento de Sapadores Bombeiros (RSB) de Lisboa tem quartéis sem condições de salubridade e até em risco de ruína, como é o caso do de Benfica, referindo que o vereador da Proteção Civil na Câmara de Lisboa, Ângelo Pereira (PSD), informou que “não existe verbas” para responder a estas questões.
“Não existe verba para retirar telhados de amianto, mas bem recentemente esta assembleia aprovou uma doação de 200 mil euros para os Bombeiros Voluntários da Ajuda”, reclamou Ricardo Cunha, referindo que essa verba foi justificada pela falta de chão no quartel.
No entanto, “na mesma freguesia [Ajuda], o quartel dos Bombeiros Sapadores de Santo Amaro, que são os bombeiros legalmente responsáveis pelo socorro, tem os telhados do quartel em amianto, não têm climatização, não têm aquecimento, têm tetos escorados com madeiras, a instalação elétrica não aguenta os aparelhos atuais”, apontou o sindicalista.
A resposta que o SNBS recebeu do vereador Ângelo Pereira foi de que “é mais fácil disponibilizar verbas para as associações humanitárias do que para o RSB”, adiantou.
“No nosso entender, o senhor vereador Ângelo Pereira não tem capacidade para estar à frente da Proteção Civil Municipal […], pois tem despendido verbas públicas para entidades privadas como não há memória e que em nada têm beneficiado a cidade”, acusou Ricardo Cunha.
Reconhecendo o recente investimento municipal em viaturas para o RSB, o sindicato avisou que os bombeiros sapadores estão com falta de fardamento, equipamentos de proteção individual (EPI), nomeadamente botas de fogo, computadores e telefones.
“Até à data, e apesar deste sindicato estar a alertar para estas necessidades há mais de um ano, ainda nada foi comprado, mas recentemente foi proposto pelo senhor vereador e aprovado por esta assembleia a doação de 50 mil euros para as associações humanitárias”, criticou o sindicalista, acrescentando que esta verba foi justificada com o trabalho realizado nas últimas cheias na cidade, apesar das “inúmeras queixas que os quartéis do RSB receberam sobre serviços mal executados por essas entidades”.
O SNBS lamentou ainda a disponibilização de 400 euros para aquisição de ambulâncias a serem doadas às associações humanitárias da cidade quando “a maioria” dessas viaturas de socorro são tripuladas por elementos sem a formação mínima exigida.
Entre as “inúmeras faltas de respeito” que os bombeiros sapadores sentem por parte das associações humanitárias, este sindicato lembrou o incêndio no parque florestal de Monsanto, em agosto, “que só não culminou numa catástrofe para a cidade devido ao empenho e ao risco que os bombeiros sapadores de Lisboa se expuseram, e que poderia ter sido evitado caso se cumprissem as leis”.
Ricardo Cunha recordou ainda que em 2020 a câmara doou seis jipes às associações humanitárias, das quais “a viatura doada para a associação humanitária do Beato e Penha de França foi vendida aos bombeiros sapadores de Viana do Castelo”.
“Não sabemos se existe alguma ilegalidade nesta venda, mas uma coisa temos a certeza: eticamente não foi correto”, acusou.

Alto Minho vai estudar bilhete único para transporte entre Viana do Castelo e Porto

A Comunidade Intermunicipal do Alto Minho vai estudar com a congénere do Cávado e a Área Metropolitana do Porto a criação de um único bilhete para o transporte rodoviário entre Viana do Castelo e o Porto, foi hoje divulgado.
A informação foi avançada pelo presidente da Câmara de Viana do Castelo, Luís Nobre, na sequência das interpelações feitas pelo CDS-PP, PSD e CDU no período antes da ordem do dia da reunião camarária.
A oposição questionou o autarca socialista sobre o alerta feito na sexta-feira pelos utentes do Alto Minho sobre o aumento dos custos com as deslocações regulares de autocarro entre Viana do Castelo e o Porto “de quase 100%”, ultrapassando os 170 euros mensais.
Em declarações aos jornalistas no final da reunião do executivo municipal, Luís Nobre explicou que o assunto foi debatido, na segunda-feira, na reunião do Conselho Intermunicipal da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho, tendo sido decidido que os serviços daquela comunidade irão “interagir com os serviços da Área Metropolitana e com a CIM do Cávado no sentido de se encontrar, dentro da legislação que existe, uma solução que mitigue a dificuldade que a nova realidade dos transportes e a sua gestão trouxe aos utentes”.
“Há necessidade de as três comunidades interagirem para encontrarem uma solução que permita a possibilidade de utilização dos três sistemas [de transporte rodoviário], facilitando a aquisição do bilhete, otimizando o custo desta deslocação. Mais do que estabelecer novas linhas, novos circuitos, é encontrar uma solução de bilhética, a custos compatíveis”, afirmou Luís Nobre.
Segundo o autarca socialista, a questão dos transportes “não pode ser tratada isoladamente”.
“Da área de gestão da CIM do Alto Minho, [os utentes} ao chegarem ao Cávado tem de adquirir bilhética ou passe para percorrer a distância nessa área geográfica e depois, ao entrarem na Área Metropolitana [do Porto], têm outro tratamento. Tem de haver um conceito de bilhética que permita que o utente possa fazer este percurso sem ver agravados os custos com a sua deslocação. É preciso encontrar uma solução que facilite a mobilidade a quem necessita de se deslocar de Viana do Castelo para o Porto”, especificou.
Para Luís Nobre, “ideia de o Governo ter remetido a responsabilidade dos transportes para as CIM foi para que, numa lógica de proximidade, sejam encontradas soluções otimizadas”.
Luís Nobre adiantou que as propostas que se apresentaram ao concurso público internacional para o serviço público de transporte de passageiros, lançado em novembro, “estão a ser apreciadas pelos serviços técnicos da CIM do Alto Minho”.
“O que esperamos é que se cumpram todas as formalidades o mais rápido para concretizar o concurso de uma rede de transportes que sirva, efetivamente, o Alto Minho”, frisou.
O concurso público internacional “prevê uma oferta ao nível da rede com uma produção de 2.641.613 quilómetros anuais, para um contrato de três anos, com opção de extensão por mais um, com um preço base de 21.661.226,60 euros”.

Capitania de Viana do Castelo preocupada com bolas de plástico nas praias galegas

A Capitania de Viana do Castelo revelou hoje estar “preocupada” e com “atenção redobrada” à possibilidade de a costa portuguesa ser afetada pelas minúsculas bolas de plástico que estão a dar à costa nas praias da Galiza, em Espanha.
“Logicamente, estamos preocupados. Nas patrulhas diárias não localizamos nada até ao momento, mas estamos com atenção redobrada. Soubemos do problema pela comunicação social espanhola”, disse à Lusa o capitão do porto de Viana do Castelo, Serrano da Paz.
O ministério do Ambiente de Espanha revelou na segunda-feira que as autoridades da Galiza ativaram um alerta ambiental devido a minúsculas bolas de plástico que estão a dar à costa na região após um barco ter perdido, em dezembro, em águas portuguesas, uma carga de 15 toneladas deste material.
O Ministério Público espanhol anunciou que abriu uma investigação para apurar eventuais responsabilidades.
Segundo informações fornecidas pelo Ministério do Ambiente de Espanha aos meios de comunicação locais, um cargueiro com bandeira da Libéria perdeu seis dos contentores que transportava em 08 de dezembro em águas portuguesas, a 80 quilómetros de Viana do Castelo.
Um desses contentores, segundo o Governo espanhol, que cita o armador do barco, levava mil sacos dessas pequenas bolas brancas usadas na fabricação de plásticos.
À Lusa, o capitão do porto de Viana do Castelo explicou não ter a “confirmação de que o produto que está a aparecer nas praias galegas seja proveniente do barco que perdeu a carga ao largo de Viana a 08 de dezembro”.
No dia do incidente, “o comandante do navio reportou ao Centro de Busca e Salvamento a queda de oito contentores na água”, recordou.
“Foi, então, uma lancha ao local e já não encontrou os contentores, que normalmente afundam. No local verificámos que já não havia perigo para a navegação, mas ainda assim a Marinha promulgou o aviso, para as embarcações terem especial cuidado”, descreveu.
Agora, perante relatos de quilos de granulados de plástico a aparecer nas praias da costa galega, o capitão manifestou-se “preocupado”.
Segundo as informações das autoridades locais citadas por meios de comunicação social espanhóis, os primeiros sacos – com cerca de 15 quilos cada – foram identificados em praias da Galiza em 13 de dezembro, tendo até agora sido recolhidos perto de 60.
No entanto, foi no final da semana passada que começaram a chegar à costa, em quantidade, as bolas de plástico dispersas, fora de sacos, com as organizações ambientais e os jornais locais a falarem em “invasão dos areais” por este material e em “areais pintados de branco”.
O governo regional da Galiza ativou na sexta-feira o nível 1 (o menos grave) do Plano Territorial de Contingências por Contaminação Marinha da Galiza, que prevê tarefas de vigilância e limpeza.
A conselheira do governo regional com a pasta do Ambiente (equivalente a ministra num executivo central), Ángeles Vázquez, disse hoje que já foram feitas análises e as pequenas bolas “não são tóxicas nem perigosas”.
“Mas é plástico e é preciso retirá-lo dos areais”, afirmou.
Segundo a associação ecologista galega Noia Limpa, que cita dados do EU Monitor, estas bolas de plástico têm menos de 5 milímetros de diâmetro, são usadas na indústria de plásticos e estima-se que só no ano de 2019 se perderam no meio ambiente entre 52.140 e 184.290 toneladas.
Não sendo biodegradáveis, estas pequenas bolas, com os anos, fragmentam-se em nanopartículas, microplásticos que entram na cadeia alimentar marinha.

Capitania de Caminha atenta a bolas de plástico nas praias galegas

A Capitania do porto de Caminha, no distrito de Viana do Castelo, está “atenta” à possibilidade de chegarem a Portugal as minúsculas bolas de plástico que estão a dar à costa nas praias da Galiza, em Espanha.
“Estamos atentos a eventuais aparecimentos. Mantemos a vigilância para ver se chega algo”, disse à Lusa o capitão do porto, Vieira Pereira, a propósito das minúsculas bolas de plástico que estão a dar à costa na Galiza, após um barco ter perdido, em dezembro, em águas portuguesas uma carga de 15 toneladas deste material.
O responsável indicou que “as correntes oceânicas costeiras se descolam para norte”, mas “os fenómenos naturais são imprevisíveis”, pelo que não é impossível que se desloquem para sul, chegando às praias portuguesas.
“As entidades espanholas estão a investigar a possível origem. Apenas quando souberem podemos saber se efetivamente podem, ou não, chegar a Portugal”, disse.
Também a Capitania do porto de Viana do Castelo revelou hoje estar “preocupada” e com “atenção redobrada” à possibilidade de a costa portuguesa ser afetada pelas bolas de plástico.
O Ministério Público espanhol anunciou na segunda-feira que abriu uma investigação para apurar eventuais responsabilidades.
Segundo informações fornecidas pelo Ministério do Ambiente de Espanha aos meios de comunicação locais, um cargueiro com bandeira da Libéria perdeu seis dos contentores que transportava em 08 de dezembro em águas portuguesas, a 80 quilómetros de Viana do Castelo.
Um desses contentores, segundo o Governo espanhol, que cita o armador do barco, levava mil sacos dessas pequenas bolas brancas usadas na fabricação de plásticos.
Segundo as informações das autoridades locais citadas por meios de comunicação social espanhóis, os primeiros sacos – com cerca de 15 quilos cada – foram identificados em praias da Galiza em 13 de dezembro, tendo até agora sido recolhidos perto de 60.
No entanto, foi no final da semana passada que começaram a chegar à costa, em quantidade, as bolas de plástico dispersas, fora de sacos, com as organizações ambientais e os jornais locais a falarem em “invasão dos areais” por este material e em “areais pintados de branco”.
O governo regional da Galiza ativou na sexta-feira o nível 1 (o menos grave) do Plano Territorial de Contingências por Contaminação Marinha da Galiza, que prevê tarefas de vigilância e limpeza.
Segundo a associação ecologista galega Noia Limpa, que cita dados do EU Monitor, estas bolas de plástico têm menos de cinco milímetros de diâmetro, são usadas na indústria de plásticos e estima-se que só no ano de 2019 se perderam no meio ambiente entre 52.140 e 184.290 toneladas.
Não sendo biodegradáveis, estas pequenas bolas, com os anos, fragmentam-se em nanopartículas, microplásticos que entram na cadeia alimentar marinha.

Galiza intensifica vigilância nas praias face à possível chegada de mais plástico

A Xunta da Galiza informou hoje que vai intensificar a vigilância devido à “possível chegada de mais ‘pellets’” de plástico às praias, e acusou o governo de omitir informação do executivo português sobre a queda de contentores no mar.
Em comunicado enviado à Lusa, a “conselleria” do Meio Ambiente esclarece que a intensificação da vigilância nas praias galegas devido ao aparecimento de toneladas de minúsculas bolas de plástico vai fazer subir de 200 para 300 o número de pessoas envolvidas na operação ambiental da Xunta da Galizas, “face à possível chegada de mais ‘pellets’ nos próximos dias devido à alteração das condições marítimas”.
A vice-presidente e conselheira do Meio Ambiente criticou a “falta de comunicação e obstáculos por parte do governo” espanhol, assinalando que “hoje foi publicamente revelado que as autoridades portuguesas notificaram o executivo central no dia 8 de dezembro de que o navio Toconao tinha perdido seis contentores [ao largo de Viana do Castelo], um dos quais com material plástico”, mas “essa informação não foi transmitida à Xunta, oficialmente”.
Tal reduziu “a capacidade da Galiza de ativar uma resposta abrangente à possível chegada de destroços à costa”, afirmou.
“Aliás, em meados de dezembro o governo autónomo detetou a chegada pontual de resíduos plásticos a algumas areias, cuja origem desconhecia, e apesar de ter notificado o executivo central do incidente, este em nenhum momento alertou as autoridades galegas sobre o que aconteceu na costa portuguesa com o navio Toconao poucos dias antes”, acrescentou.
As regiões do norte de Espanha, da Galiza ao País Basco, ativaram ou elevaram hoje alertas ambientais por causa de toneladas de minúsculas bolas de plástico que caíram ao mar em dezembro em águas portuguesas.
Segundo informações divulgadas pelo governo espanhol, o armador do barco que em 08 de dezembro perdeu contentores da carga que transportava, a 80 quilómetros de Viana do Castelo, disse que caíram ao mar mais de mil sacos com cerca de 26,2 toneladas destas bolas com cerca de 5 milímetros de diâmetro, usadas para fabricar plásticos e que estão agora a dar à costa no norte de Espanha, com a imprensa local e associações ambientais a falar em “areais pintados de branco” e “maré de plásticos”.
Hoje, durante a reunião da Xunta da Galiza com técnicos da MeteoGalicia, com o diretor Geral Adjunto do Serviço da Guarda Costeira e o diretor do Instituto Tecnológico de Controlo do Meio Marinho (Intecmar), foram “avaliadas as previsões meteorológicas e o seu impacto na movimentação do material despejado em águas portuguesas”.
“Neste sentido, uma centena de efetivos vai juntar-se, nos próximos dias, às mais de 200 pessoas da operação ambiental desenvolvida pela Xunta”, indica a conselleria no comunicado.
A Xunta da Galiza elevou hoje ao nível 2 o Plano Territorial de Contingências para a Poluição Marinha Acidental da Galiza (Plano Camgal) “tendo em conta, entre outras, as previsões da MeteoGalicia”.
Para a conselleira Ángeles Vázquez, “o Governo Central deve agir dentro das suas competências e, sobretudo, no mar”.
A responsável considera que o executivo “deve agora mobilizar os seus meios no meio marinho com o objetivo de recolher o maior número possível de sacos, evitando assim a chegada de pequenas partículas ao mar, onde a remoção resulta em algo muito mais complexo”.
O governo português disse hoje estar “atento” às toneladas de minúsculas bolas de plástico que deram à costa em praias do Norte de Espanha e que não detetou “qualquer vestígio” na costa portuguesa, segundo informações das à Lusa pelo ministério do Ambiente.
A Capitania de Viana do Castelo revelou hoje estar “preocupada” e com “atenção redobrada” à possibilidade de a região ser afetada pelo problema, ao passo que a capitania do porto de Caminha afirmou estar vigilante perante a situação.
Em declarações à Lusa, Adriano Bordalo e Sá, hidrobiólogo e investigador da Universidade do Porto, defendeu que as autoridades devem vigiar a costa e “implementar um plano de contingência desenhado à medida” perante a “maré” de plástico” nas praias do norte de Espanha que pode afetar Portugal.
Bordalo e Sá observou que o granulado, usado como matéria-prima para produtos de plástico (designado por ‘pellets’ ou ‘nurdles’, em inglês), facilmente se transforma em nanoplástico, chegando à cadeia alimentar de peixes e bivalves e, consequentemente, à dos seres humanos, desconhecendo-se ainda todos seus os impactos.
A associação Zero alertou hoje ser “impossível recolher todo” o plástico que deu à costa em Espanha, em toneladas de minúsculas bolas que “rapidamente se espalham no ambiente”, chegando depois à cadeia alimentar humana.

CIM Alto Minho pede reunião a AMP para avaliar soluções de transporte rodoviário

A Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho solicitou uma reunião de trabalho técnico à Área Metropolitana do Porto para avaliar ajustamentos de tarifário e soluções complementares do transporte rodoviário entre Viana do Castelo e o Porto, foi hoje divulgado.
“No sentido de avaliar eventuais ajustamentos de tarifário e soluções complementares com o sistema de transportes da Área Metropolitana do Porto (AMP), na sequência da reunião do Conselho Intermunicipal, ocorrida ontem [segunda-feira, em Ponte de Lima] foi deliberado solicitar uma reunião de trabalho técnico com a AMP”, refere em comunicado a CIM do Alto Minho.
Na sexta-feira, os utentes do Alto Minho alertaram para o aumento “de quase 100%” do custo com as deslocações regulares de autocarro entre Viana do Castelo e o Porto, ultrapassando os 170 euros mensais.
“A Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa tem acordos para deslocações para o Porto, com passes de 40 euros. Braga tem acordos para o Porto. Santarém e Torres Vedras têm para Lisboa. Desde 2019 que isto existe no país todo e no Alto Minho não temos nada. O pouco que temos é cada vez menos. A Câmara de Viana do Castelo devia manter o apoio de 2023, pelo menos enquanto não houver um passe inter-regional”, defendeu, em declarações à Lusa, Tiago Bonito, da comissão de Utentes de Transportes Públicos do Alto Minho.
Na nota hoje enviada às redações, a CIM do Alto Minho, que agrega os dez concelhos do distrito de Viana do Castelo, explica que “atenta à preocupação e problemáticas identificadas por um grupo de utilizadores da extinta carreira pública Viana/Porto (coincidente com o serviço de transporte de passageiros Expresso) na sequência do novo modelo implementado pelas Autoridades de Transportes envolvidas (AMP, CIM Cávado e CIM Alto Minho/município de Viana do Castelo), foi atribuída uma solução de redução tarifária pelo município de Viana do Castelo para apoiar os utilizadores que, por diversos motivos de viagem, efetuam movimentos pendulares de Viana do Castelo para o Porto”.
“No entanto, extinta a referida carreira pública, os serviços de transporte de passageiros Expresso que, atualmente, estão no mercado liberalizado, não são financiáveis através do Programa de Apoio à Redução Tarifária”.
No entanto, especifica a CIM do Alto Minho, “o município de Viana do Castelo, de acordo com o enquadramento legal, entendeu atribuir um desconto de 40% aos utilizadores em causa, em linha com os descontos atribuídos no âmbito dos passes sociais”.
“Importa também destacar que, um dos fatores que contribuiu para o aumento dos custos desta deslocação, prende-se com a necessidade de aquisição de mais um passe, para efeitos de deslocação dentro da área de influência da Área Metropolitana do Porto”.
Hoje, o presidente da Câmara de Viana do Castelo, Luís Nobre, disse que a CIM do Alto Minho vai estudar com a congénere do Cávado e a Área Metropolitana do Porto a criação de um único bilhete para o transporte rodoviário entre a Viana do Castelo e o Porto.
A informação foi avançada pelo presidente da Câmara de Viana do Castelo, Luís Nobre, na sequência das interpelações feitas pelo CDS-PP, PSD e CDU no período antes da ordem do dia da reunião camarária.
Em declarações aos jornalistas no final da reunião do executivo municipal, Luís Nobre disse ser necessário que “as três comunidades interajam para encontrarem uma solução que permita a possibilidade de utilização dos três sistemas [de transporte rodoviário], facilitando a aquisição do bilhete, otimizando o custo desta deslocação. Mais do que estabelecer novas linhas, novos circuitos, é encontrar uma solução de bilhética, a custos compatíveis”.
Segundo o autarca socialista, a questão dos transportes “não pode ser tratada isoladamente”.
“Da área de gestão da CIM do Alto Minho, [os utentes} ao chegarem ao Cávado tem de adquirir bilhética ou passe para percorrer a distância nessa área geográfica e depois, ao entrarem na Área Metropolitana [do Porto], têm outro tratamento. Tem de haver um conceito de bilhética que permita que o utente possa fazer este percurso sem ver agravados os custos com a sua deslocação. É preciso encontrar uma solução que facilite a mobilidade a quem necessita de se deslocar de Viana do Castelo para o Porto”, especificou.

Arcos de Valdevez inicia plano de 5,2 ME de valorização do Santuário da Peneda

A construção de estacionamento no Santuário de Nossa Senhora da Peneda, em Arcos de Valdevez, hoje lançada a concurso público, é a primeira obra de um plano de valorização do monumento nacional orçado em 5,2 milhões de euros.
Contactado pela agência Lusa, a propósito da abertura do concurso público para a construção de arruamento e estacionamento a norte do santuário, anúncio hoje publicado em Diário da República, o presidente da Câmara de Arcos de Valdevez, João Manuel Esteves, referiu ser “a primeira obra de valorização de um dos símbolos máximos do turismo religioso em Portugal, nomeadamente dos monumentos marianos”.
O autarca social-democrata adiantou que o plano de valorização daquele património, orçado em 5,2 milhões de euros, foi elaborado pela Câmara e pela Confraria de Nossa Senhora da Peneda, e resultou da classificação.
“Estamos, o município e a Confraria de Nossa Senhora da Peneda, a tentar encontrar junto dos ministérios da Cultura e da Coesão Territorial, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) e de outros organismos do Estado uma calendarização do financiamento para procedermos à execução das obras”, explicou.
O Santuário de Nossa Senhora da Peneda, incluindo o património móvel integrado, no lugar da Peneda, freguesia de Gavieira, concelho de Arcos de Valdevez, distrito de Viana do Castelo, foi classificado como monumento nacional em outubro.
Além do estacionamento, agora lançado a concurso público pelo preço base de 321 mil euros e com prazo de execução de 240 dias, o plano de valorização prevê outros arranjos exteriores, intervenções no santuário e nas capelas.
O Santuário de Nossa Senhora da Peneda, integrado na área do Parque Nacional de Peneda-Gerês (PNPG), “foi erguido entre finais do século XVIII e o terceiro quartel de Novecentos, na continuidade do culto a Nossa Senhora das Neves documentado no local desde o século XIII, em espaços sucessivamente ampliados”.
O conjunto “é composto pela igreja neoclássica, pelo edificado do antigo albergue de peregrinos e por uma sucessão de escadarias e largos que antecedem a alameda arborizada desenvolvida ao longo do vale, em cenográfica implantação, ritmada por 20 capelas evocadoras da Paixão de Cristo”.
A “Via Sacra, de conceção barroca e disposição original posteriormente alterada, data de uma campanha anterior ao templo, que veio substituir um edifício de menores dimensões localizado no atual Terreiro dos Evangelistas”.
O Santuário de Nossa Senhora da Peneda “constitui, ainda, um importante exemplo de santuário de montanha, com excecional enquadramento na paisagem, permanecendo igualmente como centro de uma das maiores e mais antigas romarias do Alto Minho, congregadora das tradições e devoção das populações locais”.

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