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Bispo do Funchal defende reflexão sobre criação de ordem dos jornalistas

O presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, Nuno Brás, defendeu hoje, em Viana do Castelo, a necessidade de uma reflexão sobre a criação de uma Ordem dos Jornalistas.
O bispo do Funchal, que falava na sessão de apresentação da mensagem do Papa para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, que se assinalará no dia 12 de maio, apontou na direção da criação de uma Ordem dos Jornalistas, para que os profissionais do setor possam defender as regras próprias de acesso e exercício da profissão, com capacidade de “defender efetivamente” o seu código deontológico.
“Era o momento de retomar esse assunto, com toda a seriedade”, disse Nuno Brás citado pela agência Ecclesia.
O prelado exortou, na ocasião, os jornalistas a terem uma “atitude proativa” na defesa da verdade.
Na sessão, o bispo do Funchal apelou ainda a uma “ecologia da informação”, com o objetivo de distinguir o trabalho jornalístico de outros conteúdos presentes nas plataformas digitais.
“A sua missão é, não apenas a de fornecer a informação como também a de garantir a verdade dessa informação. É isso que distingue o seu trabalho daquilo que nos chega vindo das inúmeras redes que pululam (e poluem) o nosso ambiente humano. Também aqui necessitamos de ecologia — uma ecologia da informação”, disse Nuno Brás, segundo a agência Ecclesia.
O bispo aproveitou também para manifestar solidariedade aos profissionais da comunicação social, “face às difíceis situações em que se encontram e em que trabalham”, e defendeu que os jornalistas “são essenciais ao nosso mundo”.
Na sua mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, hoje divulgada, o Papa alertou que a evolução dos sistemas da “inteligência artificial” está a “modificar de forma radical” a informação e a comunicação e, através delas, “algumas bases da convivência Civil”, defendendo a adoção de um tratado internacional regulador.
“A rápida difusão de maravilhosas invenções, cujo funcionamento e potencialidades são indecifráveis para a maior parte de nós, suscita um espanto que oscila entre entusiasmo e desorientação e põe-nos inevitavelmente diante de questões fundamentais: O que é então o homem, qual é a sua especificidade e qual será o futuro desta nossa espécie chamada ‘homo sapiens’ na era das inteligências artificiais? Como podemos permanecer plenamente humanos e orientar para o bem a mudança cultural em curso?”, questionou Francisco, antes de lançar diversos avisos.
Considerando que “convém limpar o terreno das leituras catastróficas e dos seus efeitos paralisadores”, o Papa alertou que “embora o termo ‘inteligência artificial’ já tenha suplantado o termo mais correto utilizado na literatura científica de ‘machine learning’ (aprendizagem automática), o próprio uso da palavra ‘inteligência’ é falacioso”.
“É certo que as máquinas têm uma capacidade imensamente maior que os seres humanos de memorizar os dados e relacioná-los entre si, mas compete ao homem, e só a ele, descodificar o seu sentido. Não se trata, pois, de exigir das máquinas que pareçam humanas, mas de despertar o homem da hipnose em que cai devido ao seu delírio de omnipotência, crendo-se sujeito totalmente autónomo e autorreferencial, separado de toda a ligação social e esquecido da sua condição de criatura”, acrescentou Francisco.
Segundo o Papa, “o homem sempre teve experiência de não se bastar a si mesmo, e procura superar a sua vulnerabilidade valendo-se de todos os meios”.
“Partindo dos primeiros instrumentos pré-históricos, utilizados como prolongamento dos braços, passando pelos meios de comunicação como extensão da palavra, chegamos hoje às máquinas mais sofisticadas que funcionam como auxílio do pensamento”, escreveu na sua mensagem intitulada “Inteligência artificial e sabedoria do coração: para uma comunicação plenamente humana”.
Porém, avisou que “cada coisa nas mãos do homem torna-se oportunidade ou perigo, segundo a orientação do coração. O próprio corpo, criado para ser lugar de comunicação e comunhão, pode tornar-se instrumento de agressão. Da mesma forma, cada prolongamento técnico do homem pode ser instrumento de amoroso serviço ou de domínio hostil”.

Aldeias de Monção servem cozido à portuguesa como manda a tradição

Nas aldeias de Anhões e Luzio, em Monção, o cozido à portuguesa é confecionado à moda antiga e vai ser servido, em fevereiro, numa festa que pretende preservar as raízes rurais das duas comunidades.
A segunda edição da iniciativa o “Campo em Festa”, depois de um interregno de quatro anos, por causa da pandemia de covid-19, vai decorrer no primeiro fim de semana de fevereiro, depois de oito meses de trabalho agrícola e pecuário.
Todos os ingredientes do cozido à portuguesa, das batatas às couves-galegas e aos animais, foram produzidos por 70 dos cerca de 200 habitantes que vivem nas duas aldeias vizinhas, localizadas no vale do Gadanha, a cerca de 15 quilómetros da sede do concelho de Monção, no distrito de Viana do Castelo.
“Queremos preservar as raízes rurais e promover o que é produzido nas nossas terras, o que só é possível porque temos uma comunidade empenhada em ajudar e a trabalhar quase diariamente neste regresso do evento”, afirmou à Lusa o presidente da União de Freguesias de Anhões e Luzio, Amâncio Alves.
Responsável pela organização do “Campo em Festa”, marcado para os dias 03 e 04, associado à iniciativa “Produzir em modo biológico”, o autarca não tem dúvidas que o cozido à portuguesa de Anhões e Luzio “tem um sabor único e genuíno”.
“É feito como os nossos pais e avós ensinaram, fruto da lavoura e da criação de animais”, sublinhou Amâncio Alves.
Em abril de 2023, foram semeadas as batatas e as couves-galegas, fertilizadas com “estrume dos currais”. Em julho, a população uniu esforços para criar 15 porcos e 250 galinhas, em regime semiaberto, e alimentados com os produtos da lavoura.
“Os porcos e as galinhas foram criados como antigamente e as três vacas de raça Barrosã, compradas a explorações locais, cresceram em liberdade na serra da Anta”, explicou o autarca.
Os enchidos, que durante cinco dias foram feitos pelas mãos de 30 habitantes, defumaram ao ar puro da serra.
O cozido à portuguesa vai ser servido em travessas de barro, no interior de uma tenda aquecida, com 2.500 metros quadrados, instalada perto do santuário do Senhor do Bonfim.
“Durante os dois dias, esperamos servir entre duas a três mil refeições, sendo que este número pode variar consoante os ingredientes que temos disponíveis, por isso é que pedimos que efetuem as reservas antecipadamente”, observou o autarca.
A tenda vai ser dividida numa área de degustação, com capacidade para mais de 1.300 lugares sentados, e outra com 18 expositores de produtos locais e regionais.
O programa do “Campo em Festa” inclui animação com música portuguesa, cantares ao desafio, rusgas, gaitas, grupos de bombos e charangas de Monção e da vizinha Espanha.
A primeira edição, em 2020, recebeu mais de quatro mil visitantes, número que a organização espera superar este ano. A menos de duas semanas do evento, a organização já recebeu 1.112 reservas.
As receitas que resultarem do “Campo em Festa” vão servir para pagar as despesas e o restante, “se sobrar”, vai ser investido na recuperação do património natural e cultural de Anhões e Luzio.
“Junto ao rio Gadanha temos 26 moinhos que queremos recuperar. Muitos estão abandonados e a pouco e pouco temos vindo a reconstruí-los. Dois já estão a moer”, adiantou Amâncio Alves.
A recuperação daquele património surgiu na sequência de outro projeto da União de Freguesias, intitulado “Relembrar”.
Através de um documentário, a autarquia pretende transmitir às novas gerações o “saber de uma vida rural, ensinando a semear o milho, a colhê-lo, moê-lo no moinho e, fazer o pão”.

Câmara disponível para acabar com contentores no hospital de Viana do Castelo

O presidente da Câmara de Viana do Castelo manifestou hoje total disponibilidade para encontrar uma solução definitiva para acabar com os contentores onde funciona atualmente parte do serviço de urgência do hospital de Santa Luzia.
O autarca socialista, que respondia às interpelações dos vereadores do PSD e da CDU, durante o período antes da ordem do dia da reunião ordinária do executivo municipal, disse que apesar de não ter havido descentralização de competências na área da saúde, a autarquia “acompanhará sempre o que a administração da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM) entender ser estratégico” para as necessidades da região.
“Até essa solução precária [contentores de apoio à urgência] já está de tal maneira desgastada que começa a ser em si, precária. Precária e que interessa resolver o mais rapidamente possível. Temos tido um conjunto de dificuldades, uma delas prende-se com a nomeação do novo conselho de administração da ULSAM. Que a nova equipa possa vir com energia e com vontade transformadora, inovadora e de avançar”, afirmou, acrescentando que o município “não se pode substituir à administração”.
O mandato do atual conselho de administração da ULSAM terminou em 2019, mas foi prorrogado até 31 de dezembro de 2021 devido à pandemia de covid-19.
Atualmente, o CA da ULSAM está reduzido a dois dos seis elementos, funcionando apenas com o presidente, Franklim Ramos, e uma vogal.
O vereador do PSD, Paulo Vale, lembrou que uma “ala do serviço de urgência” do hospital de Santa Luzia, funciona “há mais de uma década em contentores” e, apesar de reconhecer que não é uma competência da autarquia, apelou ao presidente da câmara que diligencie no sentido de encontrar uma fonte de financiamento no Plano de Recuperação e Resiliência para um projeto “definitivo que ponha fim a um provisório há mais de uma década”.
Também a vereadora da CDU, Cláudia Marinho, pediu ao autarca socialista para tentar “uma solução benéfica para todos”.
Luís Nobre lembrou que fez várias tentativas nesse sentido e disse esperar que “o impasse de governação” que o país enfrenta “não se prolongue por muito tempo, pelo menos, para a clarificação da nova organização do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em Unidades Locais de Saúde (ULS) que poderá alterar o modelo de financiamento da ULSAM”.
“Todos nós reconhecemos, há muito tempo, que financiamento da ULSAM não acompanha o de outros distritos. Tivemos sempre essa dificuldade. Julgo que com a clarificação do modelo de gestão será corrigida a forma de financiamento. Pode ser um fator de resolução de algumas dificuldades com que a administração se debate. É pelo menos essa a nossa expectativa”, afirmou.
Criada em 2009, a ULSAM é constituída por dois hospitais: o de Santa Luzia, em Viana do Castelo, e o Conde de Bertiandos, em Ponte de Lima. Integra ainda 12 centros de saúde, uma unidade de saúde pública e duas de convalescença, servindo uma população residente superior a 244 mil pessoas dos 10 concelhos do distrito de Viana do Castelo e algumas populações vizinhas do distrito de Braga.

Utentes dos transportes do Alto Minho criticam “incapacidade” da CIM se articular com AMP

Utentes dos transportes entre Viana do Castelo e o Porto criticaram hoje a “incapacidade” da Comunidade Intermunicipal se articular com a Área Metropolitana para criar um “passe único”, evitando a subida de 88 para 200 euros mensais na deslocação.
Em comunicado, a comissão de Utentes de Transportes Públicos do Alto Minho lembra que a Câmara de Viana do Castelo reduziu em 2024 o apoio “de 67% para 40%” às deslocações entre aquele concelho e o Porto, levando a que os utilizadores diários/frequentes enfrentem um aumento de 100%”.
Em declarações à Lusa, o porta-voz dos utentes, Tiago Bonito, defendeu que a autarquia de Viana do Castelo devia continuar a apoiar as deslocações enquanto não houver uma linha de serviço público para o Porto, numa “solução conjunta” com a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Cávado e a Área Metropolitana do Porto (AMP).
“O cidadão, eleitor, utente do transporte público, não tem que saber de quem são as responsabilidades quanto aos apoios. As câmaras que integram as CIM, as Áreas Metropolitanas, as Autoridades de Transportes são quem tem de fazer o seu trabalho”, defendem os utentes.
Para a comissão, a “excecionalidade” do apoio da Câmara de Viana do Castelo, referida pela vereadora da Mobilidade, “resulta da incapacidade de a CIM Alto Minho – de que a Câmara de Viana do Castelo é um dos principais atores – se articular com a CIM Cávado e a AMP e criarem um passe único multimodal que permita a circulação entre as referidas regiões”.
“A Câmara de Esposende continua a apoiar os seus utilizadores de transporte público rodoviário, mantendo o custo mensal em 88 euros”, destacam.
Os utentes do Alto Minho revelam que solicitaram uma nova reunião à vereadora da Mobilidade da Câmara de Viana do Castelo, tendo recebido como resposta uma manifestação de disponibilidade para o encontro, mas com a salvaguarda de que a autarquia “não tem a intenção de alterar a posição já assumida”.
A comissão assinala ainda que a vereadora referiu a oferta de outras alternativas de transporte público sem perceber que o passe mensal ferroviário “tem um custo de 180 euros acrescido de 30 ou 40 euros do passe Andante [para circulação na AMP], o que resulta em 210 ou 220 euros”.
Por outro lado, o “transporte rodoviário em carreira pela Nacional 13 – Viana do Castelo/Póvoa de Varzim/Porto – não tem passe e tem um custo de 217,80 euros (22 dias x 2 viagens x 4,95 euros) acrescido de 30 ou 40 euros do passe Andante”, o que “resulta em 247,80 euros ou 257,80 euros, respetivamente”.
O mesmo valor resulta da conjugação do transporte rodoviário no trajeto Viana do Castelo/Póvoa de Varzim com o metro a partir da Póvoa até ao Porto, afirma a comissão.
Os utentes do Alto Minho dizem que entre os viajantes frequentes estão “trabalhadores, estudantes, investigadores, doentes oncológicos”, abrangendo cerca de 50 pessoas.
“Diz o ‘slogan’ da cidade [de Viana do Castelo] que ‘Quem gosta vem, quem ama fica’. Está cada vez mais difícil”, observam.
A 09 de janeiro, a CIM do Alto Minho solicitou uma reunião de trabalho técnico à AMP para avaliar ajustamentos de tarifário e soluções complementares do transporte rodoviário entre Viana do Castelo e o Porto.
No mesmo dia, o presidente da Câmara de Viana do Castelo, Luís Nobre, disse que a CIM do Alto Minho vai estudar com a congénere do Cávado e a AMP a criação de um único bilhete para o transporte rodoviário entre a Viana do Castelo e o Porto.

Viana do Castelo espera por diligências da CIM para passe de transporte até ao Porto

O presidente da Câmara de Viana do Castelo afirmou hoje ser necessário “esperar” pelas “diligências da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho junto da Área Metropolitana do Porto (AMP)” para criar um passe de transporte entre as duas regiões.
“Sempre reunimos com os principais rostos desta comissão de utentes [de transportes] para analisar o movimento pendular para o Porto. Além dos recursos serem limitados, há entidades que tem de interagir na lógica intermunicipal. A CIM do Alto Minho está a fazer diligências com a AMP. No mesmo percurso [Viana do Castelo – Porto] temos três entidades. Temos de esperar”, afirmou Luís Nobre, no período de antes da ordem do dia da reunião camarária de hoje, em resposta a questões dos vereadores da oposição.
Utentes dos transportes entre Viana do Castelo e o Porto criticaram hoje a “incapacidade” da CIM do Alto Minho se articular com a AMP para criar um “passe único”, evitando a subida de 88 para 200 euros mensais na deslocação.
Em comunicado, a comissão de Utentes de Transportes Públicos do Alto Minho lembra que a Câmara de Viana do Castelo reduziu em 2024 o apoio “de 67% para 40%” às deslocações entre aquele concelho e o Porto, levando a que os utilizadores diários/frequentes enfrentem um aumento de 100%”.
Na reunião de câmara, Luís Nobre alertou que “alguns membros desta comissão de utentes nem sequer são munícipes de Viana do Castelo”.
“Estão a pedir que Viana resolva uma situação mas que não residem em Viana. Viana está na moda. Todos se querem associar a Viana para o bem e para o mal”, afirmou.
O presidente da autarquia garantiu não estar “a ignorar” ou ser “insensível” à questão.
“Mas não podemos fazer o trabalho que compete a um conjunto de entidades”, frisou.
O autarca socialista chamou também a atenção para o “princípio da equidade”, questionando o motivo pelo qual deve “tratar de forma diferente os utentes que vão para o Porto dos que vão para Braga, Lisboa ou Coimbra”.
“Tratamos todos os utentes de transporte público da mesma forma, independentemente do sítio para onde se deslocam”, notou.
Luís Nobre falou ainda na necessidade de recursos para apoiar os utentes na deslocação diária para o Porto.
“O município gasta mais de dois milhões de euros por ano em transporte. Se tivermos espaço de manobra, naturalmente utilizaremos o recurso disponível para incrementar o sistema. Se tivermos espaço de manobra, utilizaremos os meios que tivermos ao alcance”, disse.
O autarca referiu estar em causa “um processo de transição complexo”, no qual “os municípios receberam competências para as quais não estavam alerta ou preparados”.
“Isso criou aqui algumas inércias, pensando muitas vezes só no seu perímetro e esquecendo-se que tem de haver ligações inter-concelhias e inter-regionais que têm de funcionar”, indicou.
A 09 de janeiro, a CIM do Alto Minho solicitou uma reunião de trabalho técnico à AMP para avaliar ajustamentos de tarifário e soluções complementares do transporte rodoviário entre Viana do Castelo e o Porto.
Na ocasião, aquela entidade, que agrega os 10 concelhos do distrito de Viana do Castelo, explica que a situação se deve ao “novo modelo implementado pelas Autoridades de Transportes envolvidas (AMP, CIM Cávado e CIM Alto Minho/município de Viana do Castelo)”, no âmbito do qual “foi atribuída uma solução de redução tarifária pelo município de Viana do Castelo para apoiar os utilizadores que, por diversos motivos de viagem, efetuam movimentos pendulares de Viana do Castelo para o Porto”.
“No entanto, extinta a referida carreira pública, os serviços de transporte de passageiros Expresso que, atualmente, estão no mercado liberalizado, não são financiáveis através do Programa de Apoio à Redução Tarifária”, apontou.

Aprovada abertura de concurso para concessão de campismo em Viana do Castelo

A Câmara de Viana do Castelo aprovou hoje a abertura do concurso público para a concessão do parque de campismo do Cabedelo, por um valor não inferior a 3.500 euros mensais e pelo prazo de 10 anos, renovável.
A votação do procedimento hoje aprovado, com os votos contra do CDS-PP e do PSD e a abstenção da CDU, esteve prevista para dezembro, mas foi retirada após novos pedidos da Orbitur, empresa que deteve a exploração nos últimos 60 anos, para a ampliação da ação movida pela empresa, em abril.
Em causa está um processo de contencioso pré-contratual intentado, em 2023, pela Orbitur, junto do Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) do Porto contra a Câmara de Viana do Castelo, por esta ter revogado, por unanimidade, o concurso público, concluído em agosto de 2022, para a concessão da exploração do parque de campismo situado no Cabedelo, em Darque.
Na sessão ordinária de hoje, o vereador do PSD, Eduardo Teixeira, alertou que o executivo municipal não deveria “decidir sobre novo concurso público quando está a decorrer um processo jurídico”.
“Isso preocupa-nos porque pode trazer problemas acrescidos. Gostaria de saber qual a consequência que pode vir a representar para a autarquia”, afirmou o vereador social-democrata.
Para a vereadora do CDS-PP, Ilda Araújo Novo, “seria mais avisado” se o executivo municipal aguardasse pela conclusão do processo judicial.
Na resposta, o presidente da Câmara de Viana do Castelo, Luís Nobre, disse ter questionado “os serviços jurídicos da autarquia e ainda o consultor jurídico, sendo que ambos garantiram não haver impedimento em avançar com o novo concurso público”.
“Era o que mais faltava, que deixasse de confiar no que os funcionários me dizem, em detrimento de uma entidade externa. Sempre fui cuidadoso nesta questão. Não tenho nada contra a empresa [Orbitur]. Também pode concorrer. Não é nada contra ninguém. É em defesa do interesse público”, afirmou o autarca socialista.
Luís Nobre realçou que o parque de campismo é “importante na estratégica turística do concelho” e que precisa de ser modernizado.
“É preciso atualizar uma concessão que possa estar ao serviço de outros agentes económicos e que sirva o fim primeiro de um parque de campismo de qualidade. O espaço precisa de ser atualizado, modernizado. Trazê-lo para o nosso tempo. É do século passado.
O procedimento hoje aprovado decorrerá pelo período de 30 dias, contabilizados em dias seguidos, para a atribuição de concessão de exploração do Viana Camping, no Cabedelo, freguesia de Darque que abrange “as instalações de restaurante, ‘self-service’, bar, supermercado, tabacaria e outras que venham a ser criadas dentro do parque de campismo”.
A concessão “será feita pelo prazo de 10 anos, a contar da data da celebração do contrato, com possibilidade de prorrogação por períodos de um ano, até ao máximo de 10 anos”.
Serão admitidas a concurso todas as pessoas singulares ou coletivas que apresentem proposta que deve incluir a nota justificativa do projeto a desenvolver no espaço a concessionar, com indicação dos equipamentos e mobiliário, estimativa orçamental, programa de execução e valor da concessão, que não poderá ser inferior a 3.500 euros mensais.
A abertura das propostas terá lugar às 10:00 do primeiro dia útil após o termo do prazo fixado pela câmara municipal, no aviso de abertura, em cerimónia pública.
O processo de concurso encontra-se patente na secção de empreitadas e concessões da autarquia e os interessados poderão visitar o espaço até um dia antes da data designada para a realização do ato público.
O titular da exploração deve garantir a abertura contínua do parque de Campismo nos meses de abril a setembro, todos os dias da semana, sendo que, no restante período, não obstante não ser obrigatória a abertura do espaço é, igualmente, devido o pagamento da respetiva renda mensal.
A exploração do Viana Camping deve iniciar-se, obrigatoriamente, no prazo um ano após a assinatura do contrato de concessão de exploração.

Câmara de Viana do Castelo aprova concurso de 1,5 ME para creche com 42 vagas

A Câmara de Viana do Castelo aprovou hoje a abertura de um concurso público, pelo preço base de mais de 1,5 milhões de euros, para a empreitada de reconversão de um edifício em creche com capacidade para 42 crianças.
A proposta apresentada pelo presidente da Câmara, Luís Nobre, em reunião ordinária do executivo municipal, aprovada com a abstenção do PSD, prevê a reconversão da escola básica e jardim de infância da União das Freguesias de Subportela, Deocriste e Portela Susã.
O procedimento que vai agora a concurso público com o valor base de 1.502.500 euros, mais IVA, prevê um prazo de execução de 360 dias.
O novo equipamento pretende “reforçar a rede de recursos entre as várias unidades de ensino”.
O executivo municipal aprovou também, por unanimidade, a atribuição de apoios no valor de mais de 278.930 euros a várias juntas e uniões de freguesia do concelho para a construção e requalificação de equipamentos, mobilidade e segurança rodoviária.
A autarquia aprovou ainda, por unanimidade, o protocolo de cooperação e apoio financeiro entre o município e a Watermelon productions, no valor de 76.875 euros, para o evento de estreia, em julho de 2025, em Viana do Castelo, da longa-metragem em 3D “Viana A Lenda dos Corações de Ouro”, inspirada na capital do Alto Minho.
Na proposta de protocolo, a autarquia refere que a Watermelon é “a maior empresa de animação portuguesa” e que “está a produzir um filme inspirado nas tradições, arquitetura e costumes de Viana do Castelo para crianças e jovens que irá estrear em julho de 2025 e que conta com um elenco internacional de atores premiados e com enorme popularidade”.
O “orçamento do filme é de 10 milhões de euros, tem o apoio do Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA), da NOS Lusomundo e de parceiros internacionais”.
O documento refere que a empresa pretende realizar “um evento de passadeira vermelha para a estreia mundial do filme, em Viana do Castelo, onde estarão presentes os atores do elenco, bem como artistas musicais e personalidades reconhecidas do setor”.
O filme e o evento de estreia “constituem importantes meios de promoção de Viana do Castelo, alavancados quer pela narrativa quer pelo imaginário associados, dirigidos ao público infantil e famílias”.
Com a duração de 100 minutos, o romance musical “Viana a Lenda dos Corações de Ouro” tem na princesa Ana a personagem principal, interpretada pela atriz Daniela Melchior.
Do elenco fazem ainda parte, entre outros, os atores Luke Newton, Keith David, Yvette Nicole Brown, Aasif Mandvi, Pêpê Rapazote e Dan Fogler.
Com versão em português e inglês, o filme conta a história de amor entre a princesa Ana e Thomas, o artesão que fabrica guitarras, interpretado pelo ator Luke Newton.
Pêpê Rapazote dá voz ao pai da princesa, Don Florentin, que proíbe a união dos jovens, exigindo que os pretendentes da filha produzam uma joia como prova de nobreza”.
“Com a ajuda dos seus fiéis companheiros, a generosidade das mulheres da vila e o talento de um misterioso joalheiro, Ana e Thomas enfrentarão tudo e todos por amor”, lê-se na sinopse do filme.
Do desafio lançado pelo pai da princesa nasce uma “joia de beleza requintada”, o coração de filigrana de Viana do Castelo, símbolo da chieira da cidade e uma peça em ouro que não pode faltar no traje regional.
A esta lenda é atribuída a origem do nome da cidade. Cada vez que Thomas via Ana à janela do castelo onde vivia declarava: “Vi a Ana do Castelo”.

Detido por furtar caixas de esmolas de igrejas

Um homem de 52 anos foi hoje detido em flagrante delito por “furtos de caixas de esmolas no interior de igrejas e capelas” nos concelhos de Monção e Melgaço, revelou a GNR de Viana do Castelo.
“No âmbito de uma investigação por furtos de caixas de esmolas no interior de igrejas e capelas, que decorria desde setembro de 2023, os militares da Guarda efetuaram diversas diligências policiais que culminaram na detenção em flagrante delito do suspeito”, refere, em comunicado, o Comando Territorial da GNR de Viana do Castelo.
A GNR acrescenta que, após uma busca à viatura do suspeito, foi possível “apreender diversos objetos relacionados com estes furtos, nomeadamente um cutelo de cozinha, uma lâmina de faca, uma picareta, uma tesoura de jardim” e 14,30 euros em dinheiro.

 

Marina Gonçalves cabeça de lista em Viana do Castelo e Luís Dias em Évora

A ministra da Habitação, Marina Gonçalves, vai encabeçar a lista de candidatos a deputados do PS pelo círculo de Viana do Castelo, enquanto o presidente da Câmara de Vendas Novas, Luís Dias, será “número um” por Évora.
Marina Gonçalves, que integra o Secretariado Nacional do PS e pertence ao chamado “núcleo político” do líder deste partido, Pedro Nuno Santos, substitui na primeira posição por Viana do Castelo o deputado e ex-ministro da Educação como cabeça de lista em Viana do Castelo.
Já o autarca Luís Dias substitui como cabeça de lista em Évora o antigo ministro da Agricultura e eurodeputado, presidente da Comissão de Assuntos Europeus, Capoulas Santos, que foi “número um” neste círculo eleitoral nas legislativas de 2019 e de 2022.
Além de Marina Gonçalves e de Luís Dias, são dados como certos os seguintes cabeças de lista: Pedro Nuno Santos (Aveiro), Mariana Vieira da Silva (Lisboa), Francisco Assis (Porto), Francisco César (Açores), Jamila Madeira (Faro), Ana Catarina Mendes (Setúbal), Alexandra Leitão (Santarém), Ricardo Pinheiro (Portalegre), Ana Mendes Godinho (Guarda), Álvaro Beleza (Vila Real) e Augusto Santos Silva (Fora da Europa), Eurico Brilhante Dias (Leiria) e Ana Abrunhosa (Coimbra).
Outros lugares em destaque são os do ministro das Finanças, Fernando Medina, em terceiro por Lisboa, e o do ex-secretário-geral adjunto João Torres em segundo pelo Porto.
A Comissão Política do PS reúne-se hoje à noite para aprovar a versão final das listas de candidatos a deputados às próximas eleições legislativas, encontro que será antecedido por uma reunião do Secretariado, o órgão de direção.
Na reunião do Secretariado Nacional do PS, que terá lugar ao fim da tarde, os membros da direção deste partido analisam os principais problemas no processo de elaboração das listas concorrentes aos diferentes círculos eleitorais e apresentam a seguir a proposta final à Comissão Política Nacional.
Pelos estatutos do PS, cabe ao secretário-geral, Pedro Nuno Santos, indicar um terço do total de lugares, sendo os restantes dois terços da responsabilidade das comissões políticas federativas de cada círculo eleitoral.

BE questiona sobre fracasso de concessão de radiologia da ULSAM

O Bloco de Esquerda quer saber se o Governo vai continuar a concessionar o serviço de radiologia da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM), modelo em vigor há 20 anos que “tem sido um fracasso”.
“O serviço de imagiologia da ULSAM está concessionado desde 2004 a empresas privadas. Como se tem provado ao longo dos anos, este tipo de concessões, e em particular esta concessão, tem sido um fracasso”, lê-se na pergunta dirigida ao Ministério da Saúde a que a agência Lusa teve hoje acesso.
Na pergunta, assinada pela deputada Isabel Pires, o BE refere que o recurso a concessões “tem prejudicado a instituição, uma vez que em dezembro de 2023 foi aberto um novo concurso público, no valor de cerca de 13,5 milhões de euros, por um período de um ano (anúncio de procedimento n.º 21794/2023)”.
“Significa um aumento de mais de 10 milhões de euros que o anterior (anúncio de procedimento n.º 14813/2020) apesar de, aparentemente, ter as mesmas características”, aponta.
O BE quer saber se o Governo vai continuar a elaborar contratos de concessão com empresas ‘outsourcing’ para a satisfação de necessidades prementes e permanentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e qual a justificação da diferença de valores entre os dois últimos concursos”.
Os bloquistas lembram que este serviço está concessionado a empresas privadas, “não porque não seja um serviço essencial” ao seu funcionamento, mas “porque a falta de médicos radiologistas terá obrigado a este recurso”.
Além de “prejudicar” o serviço público, “porque as instituições pagam mais para serviços que não estão internalizados e sobre os quais não conseguem exercer controlo de qualidade”, o BE refere ser “pior para os utentes” e “para os profissionais que, contratados através de empresas, têm piores condições de trabalho e vivem sob regime de precariedade”.
“Por exemplo, em agosto de 2023, os contratos dos técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica (TSDT) na ULSAM vinculados à empresa Lifefocus não foram atualizados consoante a lei em vigor”, especifica.
O BE considera que “não há nenhuma razão ou desculpa” para continuar a concessionar o serviço e recorda que “a lei de bases da saúde estipula que é ao Estado que cabe, primordialmente, a prestação de cuidados de saúde da população, através do SNS, sendo que o setor privado é remetido para uma posição de complementaridade”.
“É urgente cumprir aquela lei e isso faz-se com a recuperação da resposta pública na área de radiologia na ULSAM, aproveitando as disponibilidades de profissionais que devem ser contratados agora para o SNS”, acrescenta o documento.
Criada em 2009, a ULSAM é constituída por dois hospitais: o de Santa Luzia, em Viana do Castelo, e o Conde de Bertiandos, em Ponte de Lima. Integra ainda 12 centros de saúde, uma unidade de saúde pública e duas de convalescença, servindo uma população residente superior a 244 mil pessoas dos 10 concelhos do distrito de Viana do Castelo e algumas populações vizinhas do distrito de Braga.

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