Módulo de Acessibilidade

Manuscrito de receitas de doces conventuais poderá ser falso

Um receituário de doces alegadamente produzido num convento feminino no século XVIII e que está guardado na Biblioteca Nacional poderá, afinal, ser uma falsificação que foi dando suporte histórico à ideia da doçaria conventual, concluiu uma investigação científica.

O “Livro das receitas de doces e cosinhados vários d’este convento de Santa Clara d’Évora”, datado de 1729, é um pequeno manuscrito com apenas dez receitas que está no espólio da Biblioteca Nacional desde 1959, que o comprou num leilão, e que foi várias vezes usado para dar suporte histórico à ideia e conceito de doçaria conventual e dos mitos a esta associada.

O manuscrito era dos poucos receituários que se conheciam do século XVIII, este com a particularidade de ter uma frase que apontava para um certo secretismo das receitas conventuais: “Este livro se não entregará a outrem que não seja pessoa desta casa, nem por empréstimo, por afetar os proveitos da feitura de doces que nesta casa são feitos”.

A sua autenticidade é agora posta em causa por uma investigação, cujos resultados preliminares foram apresentados na terça-feira, numa conferência na Biblioteca Nacional, pela professora da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa Isabel Drumond Braga e pelo docente da Escola Superior de Educação de Coimbra João Pedro Gomes, ambos com trabalho académico em torno da História da alimentação e, em particular, da doçaria portuguesa.

Isabel Drumond Braga tinha usado no passado aquele manuscrito para um livro sobre receituários conventuais e, já em 2015, pensou, “mas não o disse”, que haveria “algumas coisas” naquele pequeno livro de receitas que lhe pareciam estranhas, mas que, na altura, entendeu “como pioneiras e não como uma fraude”.

Mais recentemente, João Pedro Gomes, quando fazia o seu doutoramento dedicado à história da doçaria portuguesa, no qual Isabel Drumond Braga era uma das coorientadoras, ousou questionar a autenticidade do documento.

“Conseguiu ser mais radical do que eu e em boa altura o fez”, disse à agência Lusa a historiadora.

Após a defesa da tese de João Pedro Gomes, em 2023, que, entre outras questões, defendeu que a ideia de doçaria conventual é um “mito construído”, os dois investigadores avançaram este ano para um trabalho mais detalhado e fundamentado para questionar a veracidade daquele manuscrito.

João Pedro Gomes, que tinha conseguido relacionar aquele documento com os outros manuscritos existentes entre os séculos XVI e XVIII, entendeu que o receituário era “completamente dissonante”, com elementos que pareciam fora do seu tempo e outros que o tornavam, no mínimo, peculiar.

O manuscrito tinha somente dez receitas e todas de doces (os manuscritos conventuais conhecidos são maiores e mais diversos nas receitas, contendo também referências a utilidades domésticas).

No entanto, o que denunciava o anacronismo e adensava as dúvidas dos investigadores sobre a sua autenticidade eram as expressões usadas nas receitas.

No receituário, há referências a “cacau em pó”, quando o cacau só se utilizava em barra e apenas para bebidas, “ralador de batata” ou “rolo de massa”, também palavras fora do seu tempo (rolo de massa era denominado de canudo).

Há ainda outras expressões anacrónicas, como “açúcar pilé” ou “chávena”, palavra que já existia, mas que não era usada na altura como unidade de medida, o mesmo acontecendo com “colher de sopa”.

Os investigadores procuraram vários caminhos para averiguar a autenticidade do manuscrito, como, por exemplo, perceber se a tinta poderia adensar as dúvidas, mas essa hipótese foi descartada (a tinta era ferrogálica, usada durante séculos).

Com essa ponta solta, os dois investigadores socorreram-se do trabalho de uma especialista em paleografia (estudo de manuscritos antigos), Susana Tavares Pedro, que concluiu que o receituário teria sido produzido na segunda metade do século XIX, quando o manuscrito tinha a data de 1729.

“É uma discrepância extremamente acintosa”, salientou a historiadora.

Na análise das receitas, outras questões se levantaram.

Há três que são tidas como especialidades de outros conventos, “o que já por si é estranho”, e várias surgem posteriormente, em livros impressos em 1780 e em 1788, quando o processo era o inverso, constatou João Pedro Gomes.

Entre essas receitas, há uma que chama a atenção – a de trouxas de ovos (que surge no livro “Cozinheiro Moderno”, do cozinheiro da rainha D. Maria I, Lucas Rigaud, em 1780).

“As trouxas de ovos de Lucas Rigaud estão escritas à maneira de Lucas Rigaud. Como é que alguém escreve exatamente como Lucas Rigaud e Lucas Rigaud só aparece 60 anos depois?”, perguntou o docente.

No entanto, há um dado que vinca ainda mais as dúvidas sobre a autenticidade do manuscrito.

Isabel Drumond Braga consultou os registos de entradas das religiosas no Convento de Santa Clara de Évora e cruzou com duas informações importantes que estão no manuscrito: as receitas teriam sido compiladas por ordem da abadessa Maria Leocádia do Monte do Carmo e o registo esteve a cabo da escrivã Inês Maria do Rosário.

O problema é que, com base na documentação do convento, não há nenhuma abadessa com esse nome em 1729 e nenhuma escrivã chamada Inês Maria do Rosário durante todo o século XVIII.

“Existe uma Maria Leocádia do Monte do Carmo, sim, mas que professou a 23 de janeiro de 1783, foi escrivã entre 1799 e 1807 e abadessa entre 1808 e 1811”, referiu a historiadora.

O documento, antes de ter integrado o espólio da Biblioteca Nacional, estava na posse de Francisco Lage, que pertenceu ao Secretariado de Propaganda Nacional do Estado Novo.

Os investigadores não acreditam que Francisco Lage tenha sido o autor da falsificação, mas que terá adquirido o livro a pensar que seria autêntico.

“Parece-nos que ele terá sido enganado e que a Biblioteca Nacional, quando o adquiriu, foi crédula, tal como eu também fui e tantos outros foram-no durante muito tempo”, referiu Isabel Drumond Braga.

Tempestade Patty vai trazer chuva  e vento hoje e amanhã

O distrito de Viana do Castelo vai estar amanhã, terça-feira, sob aviso amarelo devido a “precipitação, por vezes forte”, informou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). Segundo o IPMA, estes avisos amarelos vigorarão até às 12:00 de terça-feira.

Hoje o IPMA colocou também em alerta amarelo dez distritos de Portugal continental, sobretudo no centro e sul do território, estão entre hoje e terça-feira sob aviso amarelo devido a “precipitação, por vezes forte”.

O aviso amarelo (o menos grave de uma escala de três) por precipitação entrou em vigor às 14:00 nos distritos de Leiria, Castelo Branco, Lisboa, Santarém, Portalegre e Setúbal, de acordo com o IPMA.

O aviso amarelo, o menos grave de uma escala de três, é emitido pelo IPMA sempre que existe uma situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica, enquanto o aviso laranja, o segundo mais grave, é emitido sempre que existe situação meteorológica de risco moderado a elevado.

O aviso mais grave do IPMA é o vermelho e aplica-se quando há registo de uma situação meteorológica de risco extremo.

Cheque-livro para jovens de 18 anos a partir de hoje

Cerca de 220.000 jovens de 18 anos residentes em Portugal podem aceder, a partir de hoje, a um cheque-livro, no valor de 20 euros, para comprar livros em livrarias físicas.

O Programa Cheque-Livro é uma iniciativa do Ministério da Cultura para incentivar os jovens a frequentar livrarias e a ler livros, sendo dirigido a pessoas residentes em Portugal, que nasceram em 2005 ou 2006.

Os jovens podem pedir o cheque-livro na plataforma www.souleitor.gov.pt, mediante um registo prévio, usando depois o vale na compra de um ou mais livros, sendo excluídos manuais escolares, dicionários, livros de apoio ao estudo e livros não editados em Portugal.

O cheque-livro também só pode ser usado para comprar livros cujo número de identificação da obra (ISBN) seja validado pela plataforma, lê-se na página oficial.

Também na plataforma é possível ver um mapa com as mais de 200 livrarias aderentes, sendo grande parte delas pertencentes às redes livreiras Bertrand e Almedina, à rede FNAC e à cadeia de lojas Note, às quais se juntam algumas livrarias independentes e papelarias.

Quanto à distribuição geográfica das livrarias, nos distritos da Guarda, Portalegre e Beja existe apenas uma livraria aderente. O mesmo acontece em toda a região dos Açores, com a adesão de uma livraria em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.

Na semana passada, quando foi anunciado o início da aplicação do cheque-livro, o subdiretor da Direção-Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas (DGLAB), Bruno Eiras, disse à agência Lusa que “o número de livrarias ainda está em permanente crescimento”, arrancando com “mais de 200 livrarias registadas”.

Sobre a atribuição do cheque-livro, Bruno Eiras disse também que “o programa foi dimensionado para um número máximo de 220 mil jovens”.

Os beneficiários do Programa Cheque-Livro têm até 23 de abril de 2025 para usufruir dos vinte euros na compra de livros.

O cheque-livro é uma medida proposta pela Associação Portuguesa de Editores e Livreiros, que defendia a atribuição de 100 euros aos jovens de 18 anos para a compra de livros, mas o Governo anterior decidiu fixar o valor em 20 euros.

O programa tem uma dotação de 4,4 milhões de euros, através do Fundo de Fomento Cultural.

“Space Festival” na programação cultural de novembro

A programação cultural de Paredes de Coura começou, na sexta-feira, às 21:30, no centro cultural, com um concerto pelo projeto Anónimos de Abril, e inclui ainda espetáculos de teatro, dança e circo contemporâneo, foi hoje divulgado.

O programa preparado pela Câmara de Paredes de Coura inclui, nos dias 06 e 07 de novembro, o festival itinerante Space Festival. Mariana Dionisio (voz) e Clara Saleiro (flauta) são as primeiras a subir ao palco do centro cultural.

O festival itinerante integra o espetáculo “Multimedia Percussion” de Vítor Castro, teatro com as “Aves”, pelas Comédias do Minho, “Trama” pelo Mais Teatro Amador Courense & Space Ensemble e “O tamanho das coisas”, uma produção Terra Amarela.

Há ainda dança contemporânea pela Companhia de Dança Contemporânea de Angola e novo circo no âmbito da Rede Internacional La Nuit du Cirque.

 

Nobre confiante em reparação segura de petroleiro ao largo da costa

O presidente da Câmara de Viana do Castelo disse hoje estar confiante na reparação segura do petroleiro que transporta mais de 150 mil litros de gasóleo, que avariou a 36,6 quilómetros de distância da costa.

“A Autoridade Marítima Nacional (AMN) tem-nos dado toda a segurança e de estar garantida a não existência de riscos. Temos de confiar nas autoridades que têm competência direta. O município está atento e será parceiro em alguma eventualidade e solicitação que venha a surgir”, afirmou Luís Nobre.

Em comunicado enviado sexta-feira à comunicação social, a Autoridade Marítima e a Marinha explicaram que o navio com bandeira das Ilhas Marshall (Oceânia) sofreu uma “avaria na sua máquina, ficando sem propulsão”, estando a embarcação a mais de 24 milhas náuticas (36,6 quilómetros) de distância da costa de Viana do Castelo.

A reparação iniciou-se quinta-feira, com o embarque de uma equipa de técnicos, e prevê-se que continue esta semana, por forma a que o navio prossiga a viagem, que tem como destino Le Havre, na Normandia (França).

Hoje, o autarca socialista admitiu ser uma intervenção “complexa” por decorrer “em um espelho de água em vez de em uma doca”, mas acredita que vai decorrer “dentro do planeamento estabelecido”.

“São incidentes que acontecem noutras geografias, mas há equipas especializadas e intervenções parametrizadas para que a reparação possa ser concretizada com toda a segurança a todos os níveis, nomeadamente, ambiental, que é uma das principais preocupações”, afirmou, desconhecendo o prazo previsto para a conclusão da reparação.

 

Braga investe mais de 13 milhões para ser “capital de cultura” em 2025

Maria João Pires, Tiago Rodrigues, Marco Martins, Mariza são alguns dos nomes que vão passar por Braga em 2025, no âmbito da Capital Portuguesa da Cultura, que conta com 13,5 milhões de euros de orçamento, anunciou recentemente a autarquia.

Outros destaques são a dupla de coreógrafos Meg Stuart e Francisco Camacho, as histórias da artista visual e escritora de canções Kim Gordon, dos nova-iorquinos Sonic Youth, a arquitetura de Manuel Bouzas, curador da representação espanhola na próxima Bienal de Veneza, e a dança da norte-americana Allison Orr, que tem criado coreografias comunitárias, com companhias de bombeiros, trabalhadores do saneamento, brigadas de electricistas e condutores de gôndolas.

O presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio assegurou que a iniciativa tem como objetivo continuar a afirmar a cidade como “uma capital de cultura” a nível nacional, europeu e mundial.

O autarca sublinhou que a aposta passa pelo envolvimento da comunidade, levando a cultura a todos as freguesias do concelho, em muitos casos ao abrigo de iniciativas já promovidas regularmente pelo município.

“Não vamos reinventar as nossas atividades todas, mas vamos, obviamente, aproveitar alguns recursos adicionais para fazermos coisas novas”, referiu, numa referência às diferentes iniciativas regularmente promovidas e apoiadas pelo município e ao reforço previsto da programação dos principais espaços culturais da cidade, Theatro Circo e gnration, como se lê no dossier da Braga25.

O autarca apontou algumas “iniciativas inovadoras”, como um “grande festival” de arte e arquitetura em alguns bairros da cidade, uma parceria entre o grupo de cantares Mulheres do Minho e o Conservatório de Música Calouste Gulbenkian, e uma performance com trabalhadores da empresa de águas e resíduos Agere, dirigida pela coreógrafa norte-americana.

Como “projetos emblemáticos”, destacou, desde logo, a exposição retrospetiva da última década da carreira como artista visual de Kim Gordon, ‘cantautora’ guitarrista, baixista e vocalista dos Sonic Youth, que criou com Thurston Moore.

Ricardo Rio destacou ainda o espetáculo de dança que junta o português Francisco Camacho e a norte-americana Meg Stuart, dois coreógrafos que trabalham regularmente em projetos conjuntos, desde que se cruzaram nos Estados Unidos, na década de 1980.

A apresentação no Theatro Circo da nova peça de Tiago Rodrigues, “No Yogurt for the Dead”, em fevereiro, e a nova criação de Marco Martins, destacam-se num “eixo da criação artística nacional presente na programação de 2025”, que inclui “estreias de artistas na cidade como a pianista Maria João Pires, apresentações únicas como a que fará a fadista Mariza”, e “festivais que ligam o quadrilátero cultural (Braga, Barcelos, Guimarães e Vila Nova de Famalicão) tais como o Square e o Extremo”, segundo o dossier da iniciativa.

“Para nós, a Capital Portuguesa da Cultura (CPC) não é um ato isolado ou um momento, mas sim um contínuo de um processo de muitos anos”, sublinhou o autarca.

Ricardo Rio deu conta da aposta do executivo que lidera em assumir a cultura como “um elemento certificador do desenvolvimento” do concelho e “catalisador de várias áreas de promoção da qualidade de vida”.

Decorrente da designação como CPC, Braga receberá cerca de dois milhões de euros de financiamento público, mas a programação vai implicar um investimento total de 13,5 milhões de euros, também comparticipado pelos cofres do município e por outros patrocinadores.

A administradora da empresa municipal Faz Cultura, Joana Meneses Fernandes, adiantou que um terço dos projetos a apresentar na CPC foram repescados da candidatura a Capital Europeia da Cultura 2027, uma corrida que Braga perdeu a favor de Évora.

Segundo Joana Meneses Fernandes, a CPC 2025 mobiliza cerca de 170 parceiros locais, 50 nacionais e 40 internacionais.

Das 1.300 candidaturas apresentadas para cinco projetos diferentes, foram selecionadas 40.

Braga foi, conjuntamente com Aveiro, Ponta Delgada e Évora, finalista na candidatura a Capital Europeia da Cultura 2027, corrida que acabou por ser ganha pela última daquelas cidades.

Para “compensar” as cidades que ficaram pelo caminho, o Governo criou a figura de Capital Portuguesa da Cultura, que este ano cabe a Aveiro, em 2025 a Braga e, em 2026 a Ponta Delgada.

“Somos Todos Capitães – 50 anos em Liberdade”, uma “grande exposição transdisciplinar” sobre os 50 anos de 25 de Abril de 1974, com curadoria de Paulo Mendes, atuações da Companhia Nacional de Bailado e da Orquestra do Algarve, e a colaboração, nas áreas da imagem e da música, de Daniel Blaufuks e Matthew Herbert fazem também parte das primeiras confirmações da Braga25.

 

Petroleiro avariado vai ser reparado ao largo de Viana do Castelo

O navio Nissos Rhenia, com bandeira das ilhas Marshall, que transporta mais de 150 mil litros de gasóleo, vai ser reparado nos próximos dias ao largo de Viana do Castelo, anunciaram hoje a Autoridade Marítima e a Marinha.

Em comunicado enviado hoje à comunicação social, a Autoridade Marítima e Marinha explicam que o navio com bandeira das Ilhas Marshall (Oceânia) sofreu uma “avaria na sua máquina, ficando sem propulsão”, estando a embarcação a mais de 24 milhas náuticas (36,6 quilómetros) de distância da costa de Viana do Castelo.

“A reparação iniciou-se ontem [quinta-feira], com o embarque de uma equipa de técnicos, e prevê-se que continue durante a próxima semana, por forma a que o navio prossiga a viagem, que tem como destino Le Haver, na Normandia (França)”, refere-se no comunicado.

O Centro de Coordenação de Busca e Salvamento Marítimo de Lisboa (MRCC Lisboa) foi alertado esta terça-feira para a existência, ao largo de Viana do Castelo, de um navio petroleiro sem propulsão e a situação levou a “resposta coordenada de forma proativa da Marinha com a Autoridade Marítima Nacional para acompanhar a situação do Nissos Rhenia, com Bandeira das ilhas Marshall, que transporta mais de 150 mil litros de gasóleo, possui mais de 330 metros de comprimento e 60 metros de boca (largura)”.

A Marinha enviou a NRP António Enes, uma corveta com a missão de vigilância, busca e salvamento, para junto da posição do navio à deriva.

“Ao chegar ao local (…) desenvolvendo as ações necessárias para apoiar o petroleiro, nomeadamente contacto com o navio, monitorização da navegação na área e preservação da segurança de todos os navios nas proximidades” e o reboque do navio, com 28 tripulantes, iniciou-se esta quinta-feira.

As autoridades estimam que os arranjos terminem “no final da próxima semana”.

 

Alga invasora bloqueia pesca no Rio Minho

A elódea, uma planta infestante presente “em grande escala” no rio Minho, “bloqueia completamente” as redes de pesca do sável e da lampreia, impossibilitando o trabalho dos pescadores, revelou a associação de profissionais de pesca.

Esta planta aquática “está presente no rio Minho em muito grande escala. Prejudica muito as atividades da pesca, sobretudo do sável, da lampreia ou da solha. Ficamos com as redes completamente tapadas, bloqueadas”, descreveu Augusto Porto, da Associação de Profissionais de Pesca do Rio Minho e Mar.

Em causa está “uma alga que se solta e se enrola nas redes de pesca do sável e da lampreia”, tornando o trabalho dos pescadores “impossível”, disse.

“Uma arte de pesca podia trabalhar o dia inteiro, mas quando encontramos esta alga gastamos uma, ou duas, ou três [artes de pesca], e mesmo assim não conseguimos trabalhar”, lamentou, explicando que esta flora infestante “parece uma corrente e emaranha a rede toda”.

De acordo com o pescador, a invasora “concentra-se mais a montante do rio Minho, mas, com as correntes ou tempestades, acaba por interferir em todo o leito do rio”.

Augusto Porto afirma que se “tem posto a questão” da necessidade de retirar as elódeas do rio Minho, mas admite que o facto de a alga existir “em tão larga escala” dificulta a ação.

“Deviam ser retiradas, mas o ideal seria como estão a fazer no rio Mondego com outro tipo de espécie invasora, que era tirar do rio através de uma trituração da alga”, observou.

Para a bióloga e ambientalista Ana Lages, a elódea é a planta infestante que mais preocupa no rio Minho, porque está muito disseminada e afasta os peixe nativos, atrai espécies invasoras e afeta as pescas.

“As elódeas são a espécie de invasoras aquáticas mais preocupante no rio Minho, porque está mesmo muito disseminada e praticamente em todos os rios e ribeiros do Alto Minho”, indicou a especialista, que faz parte da Corema, uma Organização Não Governamental de Ambiente (ONGA) com sede em Caminha.

Ana Lages esclarece que esta planta infestante “começa a crescer, forma mantos e torna os rios praticamente intransitáveis”, para além de os deixar pouco atrativos para “as espécies de peixes nativas, que gostam de águas mais movimentadas e oxigenadas e deixam de frequentar essas zonas”.

A espécie propaga-se “através de pequenos fragmentos” e retirá-la sem um trabalho técnico especializado pode provocar maior propagação, assinala.

“Se a puxarmos, se calhar estamos a fazer pior, porque esses fragmentos podem espalhar-se pelo rio até que encontrem novo local para se instalar e propagar-se mais”, observa.

A bióloga admite que travar a infestação seja possível, mas desconhece que tenha sido equacionada.

Roubo a ourivesaria faz dois feridos e cinco detidos

Cinco pessoas foram hoje detidas no âmbito do roubo a uma ourivesaria de Valença que provocou dois feridos e está a ser investigado pela Polícia Judiciária (PJ), revelou a GNR.

“No âmbito de uma investigação que está em segredo de justiça, foi possível aos militares da estrutura de Investigação Criminal da GNR de Braga surpreender os suspeitos em flagrante delito, no interior da ourivesaria, tendo a GNR procedido à sua detenção”, descreveu a GNR.

Pelas 19:00 de hoje, “foi efetuado um roubo em ourivesaria, na localidade de Valença cometido por cinco indivíduos, possuidores de arma de fogo”, indicou fonte oficial do Comando Nacional da GNR.

“A Polícia Judiciária foi ativada e já está no local”, acrescentou.

A GNR disse ainda que duas pessoas ficaram feridas – um assaltante e “um civil que se encontrava no interior da ourivesaria”.

“No decorrer da ação, um dos assaltantes ficou ferido, tendo sido transportado para o hospital, não correndo risco de vida”, afirmou.

Por outro lado, “um civil que se encontrava no interior da ourivesaria foi agredido pelos assaltantes, pelo que houve a necessidade de ser encaminhado para o hospital.

Ao início da noite, fonte oficial da GNR tinha adiantado que o dono da ourivesaria foi abordado pelos assaltantes quando se preparava para fechar o estabelecimento e ficou ferido.

      A mesma fonte disse que a GNR e a Guardia Civil tinham em curso uma investigação sobre os suspeitos, pelo que os surpreenderam em flagrante delito.

      Os bombeiros de Valença indicaram que um homem de 65 anos ficou em estado grave, e outro, com 60 anos, teve ferimentos ligeiros.

Ambos foram transportados para a Unidade de Saúde Local do Alto Minho (ULSAM).

Os bombeiros de Valença revelaram ter sido chamados ao local pelas 18:55, “para uma situação de agressão na avenida Miguel Dantas, freguesia e concelho de Valença”

No local estiveram a ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV) de Valença, a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) de Viana do Castelo.

Este roubo em Valença acontece duas semanas depois de uma ourivesaria de Ponte de Lima ter sido alvo de furto.

Na altura, um dos alegados assaltantes foi baleado pelo proprietário da loja de Ponte de Lima na sequência do furto e acabou detido na quinta-feira, pela Polícia Judiciária, por ser suspeito de furto qualificado e de integrar uma vasta rede criminosa de caráter internacional”.

Proprietário de Ourivesaria Gama saiu em liberdade

João Gama, proprietário da Ourivesaria Gama, que na quarta-feira baleou um jovem que alegadamente participou numa tentativa de assalto saiu hoje em liberdade, com termo de identidade e residência e ainda com proibição de comprar armas nos próximos 8 meses, revelou fonte policial.

A mesma fonte explicou que o empresário de 82 anos foi hoje presente a um juiz, para primeiro interrogatório judicial, após ter sido detido na quarta-feira pela Polícia Judiciária (PJ).

A fonte adiantou que o jovem de 21 anos, baleado pelo proprietário da ourivesaria, situada nas proximidades da Igreja Matriz, em Ponte de Lima, “encontra-se estável e em convalescença após ter sido submetido a intervenção cirúrgica para anastomose da artéria umeral, no Hospital de Santa Luzia, em Viana do Castelo.

O jovem “está à guarda da PJ 24 horas”.

 

Share this:

Like this:

Like Loading...